terça-feira, 12 de março de 2019

Zinedine Zidane volta para fazer o que melhor sabe: salvar o Real Madrid

A imprensa espanhola avançava com certeza que o francês iria regressar ao Real Madrid, mas agora é oficial: Zinedine Zidane volta a treinar o clube da capital espanhola, assumindo o cargo numa fase complicada para os “merengues”.
O clube oficializou esta tarde o regresso do francês em comunicado e numa publicação nas redes sociais. Zidane volta a assumir o cargo que deixou em 31 de maio do ano passado, após o final da temporada.
O Real Madrid anunciou a “incorporação imediata [de Zinedine Zidane] para o resto da atual temporada e para as três próximas, até 30 de junho de 2022”.
Na nota é ainda referido que o clube terminou o “contrato que vinculava Santiago Solari ao Real Madrid como treinador da equipa principal”. No comunicado, os “merengues” dizem ainda que “ofereceram” a Solari a possibilidade de “continuar a pertencer ao clube”.
Zidane conta, na sua história à frente do Real Madrid, com 149 jogos e 104 vitórias. O clube recorda, em mais um comunicado divulgado esta tarde, que o francês bateu vários recordes enquanto treinou os “merengues”, incluindo o melhor registo de um treinador nos seus primeiros 70 jogos - 51 vitórias, 14 empates e cinco derrotas.
Já enquanto jogador no clube, o Real Madrid lembra que Zidane ganhou uma taça europeia, uma taça intercontinental, uma supertaça da Europa, uma liga e uma supertaça de Espanha.
A imprensa espanhola já estava em polvorosa antes da confirmação se oficializar. A notícia tinha sido avançada pelo canal de televisão La Sexta no programa “Jugones”, seguindo-se a confirmação de outros meios de comunicação espanhóis como “El Mundo”, “El País” e a “Marca”.
Esta confirmação surge numa fase em que o nome de Zidane estava a ser discutido para vir a ocupar o lugar de Massimiliano Allegri na próxima época na Juventus, reencontrando-se assim com Cristiano Ronaldo.
El País chegou mesmo a avançar que o emblema de Turim tinha feito uma proposta formal ao francês, tendo este recusado os supostos avanços iniciais que o Real Madrid já tinha feito na semana passada. "Zidane era o preferido de Florentino Pérez, como já havia adiantado a Marca na semana passada. O único problema era que precisava convencer o francês, e isso aconteceu", escreveu o diário desportivo Cadena Ser.
Recorde-se que regresso do português José Mourinho, outro ex-treinador dos “merengues”, foi também equacionado ao Real, assim como Laurent Blanc e Antonio Conte.
Estando já oficializado, Zidane deverá comandar o seu primeiro treino na próxima quarta-feira antes de encarar o duelo pelo campeonato espanhol do próximo sábado contra o Celta de Vigo,como avança a imprensa espanhola.
Quase um ano depois, as mudanças promovidas no Real Madrid, primeiro sob o comando de Julen Lopetegui e depois com Santiago Solari, não surtiram o efeito desejado numa equipa eliminada em este mês da Taça do Rei, da Liga dos Campeões e distante da liderança do Campeonato Espanhol.
O argentino Solari deixa a formação principal no terceiro lugar do campeonato, com 51 pontos, menos 12 do que o líder FC Barcelona.
Zidane, de 46 anos, chegou aos ‘merengues’ em janeiro de 2016, na sua primeira experiência numa equipa principal, para substituir o espanhol Rafa Benítez, e foi o primeiro técnico da história a conquistar de forma consecutiva três ‘Champions’ (2015-16, 2016-17, 2017-18)
Pelo Real Madrid, Zidane conquistou ainda dois Mundiais de clubes, duas supertaças europeias, uma Liga espanhola e supertaça de Espanha.
Do céu ao inferno em nove meses
Há pouco mais de nove meses, a notícia tinha caído como uma bomba em Madrid: a 31 de maio, cinco dias depois de conquistar a terceira Liga dos Campeões consecutiva pelos “blancos”, Zinedine Zidane renunciava ao cargo onde se estreou com estrondo enquanto treinador.
À época justificou a decisão como sendo um fim de ciclo natural. “A equipa necessita de uma mudança para continuar a ganhar, necessita de outro discurso”, disse na conferência de imprensa em que chocou o mundo futebolístico. Apesar do feito absolutamente inédito, a época não tinha sido fácil, com o Real Madrid a defraudar expectativas no plano interno, sendo eliminado a Taça do Rei pelo Leganés e terminando a La Liga no terceiro lugar.
O Real Madrid nunca foi capaz de lidar com a sua saída, nem com a de Cristiano Ronaldo, que durante o verão trocou a capital espanhola por Turim, assinando com a Juventus.
Para o seu lugar veio Julen Lopetegui, que protagonizou uma desastrada troca do lugar de selecionador de Espanha pela cadeira de técnico dos “merengues”, algo que serviu de tónico para a restante temporada. A 29 de outubro já tinha sido visado pelo temível “Comunicado Oficial” do Real Madrid, anunciando a sua substituição por Santiago Solari, ex-jogador do clube que estava a treinar a equipa B do Real e que assumiu o posto interinamente.
Alguns bons resultados convenceram o presidente do Real Madrid, que decidiu oficializar Solari enquanto treinador, oferecendo-lhe um contrato até 2021. Também aqui foi sol de pouca dura. A mediocridade apresentada por uma das melhores equipas do mundo atingiu o seu ponto máximo numa semana “horribilis” para o clube, derrotado em casa em três jogos consecutivos que o arredaram de todas as competições até ao fim da época.
Primeiro, foi perante o eterno rival Barcelona por 3-0 para a Taça do Rei (sendo consequentemente eliminado) e por um 1-0 para o campeonato, naquilo que, por si só, já constava como uma humilhação. Contudo, o Santiago Barnabéu ainda não tinha assistido ao cúmulo do ultraje que foi ver os “blancos” serem devastados por 4-1 frente a um Ajax que trazia uma desvantagem de 2-1 da primeira mão em Amesterdão na Liga dos Campeões, findando-se um ciclo vitorioso na prova de três títulos consecutivos.
Dada a notória falta de paciência de Pérez perante maus resultados, Solari não resistiu a esta conjuntura e também a ele foi dada a guia de marcha. Zidane regressa então em circunstâncias idênticas às da sua estreia, tentar salvar uma época desastrosa para o Real Madrid
O clube conta agora com, mais do que o talento tático, as capacidades humanas de Zidane para gerir uma equipa de rastos. Eliminado de todas as competições e longe do título espanhol, o único objetivo restante na temporada para o Real Madrid é garantir a classificação à Liga dos Campeões da próxima temporada.
Madremedia
Site oficial Litoral Centro http://litoralcentro-comunicacaoeimagem.pt/ 

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