Um homem que matou os pais e a avó em
Montemor-o-Velho com tiros de caçadeira suicidou-se. Operações das forças de
segurança prolongaram-se durante a madrugada.
O crime ocorreu na casa onde o suspeito
residia com os pais e a avó, no lugar de Faíscas, freguesia de Arazede, naquele
concelho do distrito de Coimbra, pouco antes das 21 horas de quinta-feira,
adiantou fonte do Comando Territorial de Coimbra da GNR à agência Lusa.
Segundo apurou o JN, foram ouvidos pelo
menos seis tiros de caçadeira. Terá sido por esta altura que o suspeito, Paulo
da Cruz, de 41 anos, divulgou uma mensagem no seu perfil do Facebook em tom de
despedida.
Agentes da GNR e elementos do corpo de
intervenção foram mobilizados para o local. O dispositivo foi reforçado ao
início da madrugada desta sexta-feira com uma equipa proveniente de Lisboa.
Durante a noite as forças de segurança tentaram localizar o presumível
atirador, que não respondeu às diversas tentativas de contacto.
Pelas 4.30 horas da madrugada, elementos
do corpo de intervenção ainda não tinham entrado na habitação. Havia três
hipóteses: o suspeito poderia estar em casa morto; poderia estar em casa
barricado com vida ou já poderia ter fugido. No entanto, de acordo com as
movimentações e cautelas que as forças de segurança manifestavam no local, tudo
indicava que o homem estaria no interior da habitação.
Às 5 horas foi cortada a energia
elétrica na via pública e em seguida as forças de segurança entraram na
habitação. A iluminação pública foi restabelecida dez minutos depois. Chegou
então a confirmação de que o suspeito do triplo homicídio estava morto numa das
divisões da casa.
Segundo declarações do comandante da GNR
de Coimbra, João Seguro, o homem ter-se-á suicidado pouco depois dos
homicídios, com um tiro de caçadeira. "Era o cenário mais provável",
reconheceu. Este responsável confirmou ainda que o homem não tinha um histórico
de violência mas sofria problemas de depressão.
Discussão, agressão e disparos
Paulo da Cruz matou os pais - Antero
Gomes Margato, de 70 anos, e Marília Cruz, de 64 - e a avó, de 91 anos. As
autoridades encontraram os corpos no pátio da habitação.
Segundo testemunhos recolhidos pelo JN,
a família estaria a jantar com outros dois familiares quando teve início uma
discussão, que levou Paulo da Cruz a agredir o pai fisicamente. O suspeito saiu
e quando voltou trazia uma caçadeira. Mandou embora os outros dois familiares
antes de disparar.
Na localidade, vizinhos e amigos falam
que a família se dava bem e consideram o suspeito uma pessoa "cinco
estrelas" e "pacífica".
O alegado homicida, antigo caçador,
esteve emigrado no Luxemburgo, onde era motorista de transporte de passageiros,
mas terá sido despedido e regressou recentemente a Portugal, soube o JN. Os
pais também tinham estado emigrados naquele país e estavam a residir em Faíscas
há menos de cinco anos. No Luxemburgo ainda vivem duas irmãs de Paulo da Cruz.
No local foi montado um perímetro de
segurança. Além dos vários meios das forças de segurança, muitos populares
assistiram às operações no local, que se prolongaram pela madrugada, durante
mais de sete horas.
Perto das 6 horas, peritos das Polícia
Judiciária procediam à recolha de indícios e provas.
Fonte: JN, edição do dia 27/05/2016
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J. Carlos
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