Depois do resultado do referendo britânico, em que o ‘sim’ ao Brexit venceu, muitos portugueses a viver neste país começam a interrogar-se sobre o impacto que tal decisão terá nas suas vidas. O secretário de Estado das Comunidades - José Luís Carneiro - manifestou “tristeza” por este desfecho e apelou aos portugueses que residem no Reino Unido para “acautelarem os seus interesses e os seus direitos”.
“A primeira palavra (…) é manifestar o nosso sentimento de profunda tristeza com esta decisão do povo britânico de se desvincular daquilo que é talvez um dos mais importantes projetos de paz, de bem-estar à escala do mundo. Contudo, manifestar também respeito pela decisão que foi adotada".
"Por outro lado, solicitar aos portugueses que vivem no Reino Unido tranquilidade porque agora há um processo de dois anos em que vai ser negociado o novo estatuto de relação entre a UE e o Reino Unido e será nesse âmbito (…) que se procurará acautelar a salvaguarda e a defesa dos legítimos interesses dos portugueses que vivem e trabalham no Reino Unido. Portugal tem com a Grã-Bretanha uma das mais antigas alianças do mundo”, assegurou José Luís Carneiro.
Com dois anos ainda pela frente de negociações entre a UE e o Reino Unido, o governante garantiu que “ninguém sabe” o que verdadeiramente mudará, pois isso depende “dos termos em que o futuro acordo de cooperação (…) se estabelecer”.
Mesmo assim, frisou que existem duas “questões fundamentais” neste futuro acordo: a “liberdade de circulação de pessoas” e a “salvaguarda dos direitos sociais. Tudo procuraremos fazer para que o estatuto dos cidadãos europeus que trabalham e vivam no Reino Unido, assim como os dos britânicos que vivem nos vários países europeus, sejam salvaguardados”.
Com um futuro incerto pela frente, o secretário relembrou ainda aspetos essenciais: “Os portugueses devem procurar validar os seus direitos, nomeadamente procurar adquirir o estatuto de residência permanente no Reino Unido (…), obterem também o estatuto de dupla nacionalidade (…) assim como obterem o reconhecimento de alguns direitos que são conferidos aos cidadãos britânicos em termos de proteção e segurança sociais. Todos os portugueses devem procurar junto das autoridades britânicas acautelar os seus interesses e os seus direitos”.
Números da segurança social do Reino Unido apontam para que neste momento vivam neste país, 234 mil portugueses. Se este novo panorama político vai ou não mudar a deslocação da emigração dos portugueses, optando por outros países, permanece a questão.
“A Suíça não é membro da União Europeia (…) e tem constituído um dos principais destinos da emigração portuguesa. Não devemos a partir daqui estabelecer um quadro especulativo e (…) devemos agora aguardar pelo pedido de desvinculação da UE por parte das autoridades britânicas”, rematou José Luís Carneiro.
Mira Online / noticiasaominuto
Comentário: estamos sem margem para dúvidas, perante uma opção do POVO que raramente é consultado para que os governos tomem decisões importantes e, não continuem a tomá.los nas costas do eleitoras.
Em Portugal o POVO não é consultado porquê? Quem tem medo da escolha do POVO? Como cidadão em pleno uso e fruto dos meus direitos e deveres, votaria para sair da trapalhada da dita união europeia. Mais: o escudo português não devia ter deixado de circular, tal como a libra. O POVO é ou não soberano? Se o é porque os políticos o temem?
J. Carlos
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