Equipa de neurocirurgiões usou uma impressora 3D para conseguir criar um modelo ajustado ao cérebro do bebé.
Quando Sierra Yoder estava grávida de cinco meses, os médicos da pequena cidade onde vivia no estado de Ohio, nos Estados Unidos, disseram-lhe que o seu filho tinha uma doença muito rara.
Conhecida como encefalocele, a doença faz com que o cérebro do bebé comece a crescer para fora do crânio. Tal como seria de esperar, as esperanças eram muito poucas ou praticamente nenhumas.
“Disseram-nos que o nosso filho não iria sobreviver. Não nos deram nenhuma esperança”, explicou a norte-americana, em declarações à BBC.
Perante os prognósticos dados pelos médicos, Sierra e o marido, Dustin Yoder, chegaram mesmo a pensar interromper a gravidez mas, à última hora, quiseram seguir em frente.
E, apesar de todas as previsões negativas, Bentley nasceu, em outubro de 2015, depois de uma gestação normal e com saúde.
“Quando ele nasceu, achávamos que não ia chorar, que não se ia mexer. Pensávamos mesmo que nem íamos conseguir perceber quando estivesse com fome”, conta o pai.
Porém, o bebé veio ao mundo como todos os outros, a chorar, e recebeu alta hospitalar. O processo não foi fácil mas os pais não quiseram desistir e procuraram uma segunda opinião.
Foi então que pediram ajuda numa clínica em Cleveland e entraram em contacto com especialistas doHospital Infantil de Boston, que lhes disseram que havia uma cirurgia que podia ajudar Bentley.
Responsáveis pelo caso, os neurocirurgiões John Meara e Mark Proctor realizaram a cirurgia no passado mês de maio. A operação foi um sucesso.
Um caso raro
Não era a primeira vez que os médicos faziam esse tipo de cirurgia, por isso é que os pais de Bentley tentaram recorrer a este hospital.
Os neurocirurgiões utilizaram uma impressora 3D para criar modelos do crânio do bebé e do posicionamento da sua massa encefálica.
“A encefalocele é uma doença rara que afeta um bebé em milhões. Mas o caso de Bentley era ainda mais particular porque ele tinha uma grande parte do cérebro ativa“, explicou Proctor.
De acordo com os especialistas, não há como saber exatamente a percentagem de cérebro que está ativa. Porém, estimam que chegue provavelmente aos 90%.
Relativamente ao desenvolvimento do bebé nos próximos anos, os médicos consideram que é uma pergunta difícil de responder.
“É uma pergunta difícil de responder. Provavelmente vai demorar um pouco mais para desenvolver a fala, mas esperamos que possa ter uma vida normal. Ainda é complicado saber como vai evoluir”, afirmou o médico.
ZAP / BBC / Hypescience
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