Depois de todos os protestos e recursos aos Supremo Tribunal que também cumpre as funções de Tribunal Constitucional, depois desse mesmos tribunais ainda terem pendentes resoluções sobre a legalidade ou ilegalidade da anunciada vitória eleitoral e investidura na Presidência da República de Evaristo Carvalho, há deputados a anunciarem que não vão estar presentes na investidura como forma de protesto pelo modo fraudulento como Evaristo é guindado a presidente da República.
O partido da oposição MLSTP/PSD tornou público que nem os seus deputados nem elementos daquele partido vão estarpresentes na investidura do presidente à força e em conformidade com a vontade obsessiva do PM Patrice Trovoada. O dinheiro do petróleo não tardará muito mais, um títere na presidência decerto não será opositor do governo caso seja necessário e se justifique no interesse do país.
Segundo opositores da situação considerada fraudulenta e “naquela conjuntura político-partidária, de domínio total do país, Patrice Trovoada, o PM obsessivo, vai sentir-se como Alice no País das Maravilhas”, declaram com ironia e indignação. (PG)
Oposição são-tomense anuncia ausência na investidura de Evaristo Carvalho e pede demissão da segunda figura do governo
Os deputados do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD) não participarão na cerimónia de investidura do presidente eleito Evaristo de Carvalho, anunciou hoje o partido em comunicado.
"Foi unânime também nesta comissão politica a não presença dos deputados da bancada do MLSTP-PSD na tomada de posse do novo presidente da república", diz o comunicado.
A investidura de Evaristo de Carvalho acontece no próximo dia 03 de setembro e vai decorrer pela primeira vez numa praça pública.
De acordo com o programa a que a Lusa teve acesso, o ato será precedido de uma sessão solene da Assembleia Nacional (parlamento são-tomense) na Praça da Independência, seguido de leitura da Ata de Apuramento da Eleição e leitura do Auto de Posse.
Seguir-se-á o discurso do presidente da Assembleia Nacional e uma mensagem do Presidente.
A ausência dos deputados do MLSTP-PSD, maior partido da oposição, é justificada no comunicado com as irregularidades nas eleições e agravadas com a reprodução de um texto do semanário "O Parvo".
No comunicado, assinado pelo secretário-geral do MLSTP-PSD Arlindo Barbosa, o partido pede igualmente as "demissões imediatas" do ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Afonso Varela e titular da comunicação social, bem como do diretor da Televisão são-tomense (TVS), João Ramos.
Os dois pedidos de demissão surgem depois da televisão pública são-tomense ter reproduzido um texto publicado no jornal "O Parvo" intitulado "Em São Tomé e Príncipe cai o poder dos colonos negros".
Para o MLSTP esse texto põe em causa o dia da independência nacional e "expressa a desconsideração e o desprezo pelos esforços consentidos pelos nobres filhos desta terra que com o suor e sangue lutaram pela liberdade do povo são-tomense do jugo colonial".
"A nossa indignação é tanto maior quando a reprodução da notícia é feita pela nossa televisão pública, cuja linha editorial se deve pautar pela isenção, transparência e verdade, pela promoção da coesão e orgulho nacional e nunca pela divulgação de conteúdos que promovam o ódio, a divisão e a exclusão entre os são-tomenses", diz o comunicado dos sociais-democratas.
Para o MLSTP-PSD "este episódio não é um ato isolado, mas faz parte de um plano orquestrado pelo poder do Ação Democrática Independente (ADI), no sentido de reduzir gradualmente as liberdades e garantias individuais e pôr em causa o regime democrático vigente no país".
MYB // JMR - Lusa
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