O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou hoje que o Governo "vive na ilusão" de que será possível promover o crescimento económico do país e ao mesmo tempo respeitar as "imposições e ameaças" da União Europeia.
"O Governo (PS) continua com uma certa ilusão de que é possível neste malha apertada dar um jeito, com alguma flexibilidade, e continuar uma política de desenvolvimento. Ora, não bate a bota com a perdigota e a contradição vai acentuar-se", alertou o líder comunista.
Jerónimo de Sousa, que falava esta tarde na localidade de Vialonga, durante um piquenique organizado pela concelhia de Vila Franca de Xira do partido, referia-se assim às ameaças da União Europeia de aplicar sanções a Portugal em caso de incumprimento da meta do défice.
Na sua intervenção, que durou mais de meia hora, Jerónimo de Sousa falou também do entendimento de governação que o PCP fez com o PS ressalvando que a durabilidade deste Governo depende da capacidade dos socialistas responderem aos "anseios do povo português".
"No que se refere ao Orçamento do Estado para 2017 estamos disponíveis para examinar e propor as soluções que sejam necessárias para repor os direitos perdidos pelo povo português. Tudo aquilo que for negativo e nos empurrar para trás votaremos contra", sublinhou.
O líder comunista aproveitou também para "lançar farpas" aos partidos mais à direita, nomeadamente ao PSD e ao CDS-PP , acusando-os de estarem "furibundos" com a reposição de direitos que está a ser levada a cabo pelo atual Governo.
"A direita está furibunda. A cada direito reposto, a cada privatização que é travada a direita reage com raiva e vem dizer que estão a estragar tudo o que tinham feito", concluiu.
FYS // PNG - Lusa
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