Vida de cão, em Peniche, passou hoje a ser uma expressão com um novo significado para os animais que agora têm uma praia onde podem ir a banhos com os seus donos.
A praia, a primeira do país para permanência e circulação de cães, entrou este domingo em funcionamento na sequência de um desafio de Marcos Perestrelo, secretário de Estado da Defesa Nacional, ao presidente da câmara de Peniche, António José Correia.
“Achei o desafio oportuno, porque temos muitos cidadãos que fazem exatamente esse lamento”, esbarrando a sua vontade de levar os cães para a praia com a legislação que impede a presença dos animais nas praias concessionadas.
Convicta de que a criação da praia para uso canino seria “um elemento distintivo” para Peniche, a autarquia avançou com a “experiência piloto” que será avaliada até ao final do verão e que, se tiver êxito, poderá ser replicada noutras praias do país.
O “teste” que este domingo arrancou em Peniche, atraiu já banhistas de vários pontos do país.
Luis Comunhas veio de Loures com os pais e três cães “à descoberta” de uma experiência nova para dois dos seus canídeos, e para o terceiro, à procura da oportunidade de expandir a ida à praia para lá de “uns passeios de inverno”.
A praia do Porto da Areia Norte, 80 metros de areal e rochas, foi para este banhista “a escolha certa” para o projeto, considerando que uma praia com mais movimento poderia “gerar choques com outros banhistas”.
Marco Matos e Mónica Martins, limitaram-se a repetir um ritual que já mantinham mesmo antes de a praia ser oficialmente aberta a cães.
O casal de Abrantes escolheu Peniche para umas férias numa casa alugada onde “são permitidos cães” e cumpre todas as manhãs o hábito de “cansar” Fred e Dilma num passeio pela praia, para depois durante a tarde deixarem os cães em casa “a descansar” e poderem usufruir de outras praias”.
Entre os utilizadores estreantes, Isabel Cândido teve este domingo a primeira experiência de “estar na praia em biquíni com eles”, com os cães, e não poupou elogios à iniciativa que considera de louvar – sem deixar de lamentar “a falta de pilares para prender as trelas”, cujo uso é obrigatório.
A falta de melhores condições para os donos dos animais é outra das críticas deixadas pela banhista, que trocava “um sítio um bocadinho selvagem” por uma praia com “um café e uma casa de banho”.
Um capítulo em que o que falta aos donos foi garantido para os animais, tendo a autarquia investido na colocação de sinalética, dispensadores de sacos para os dejetos e informação sobre as normas a cumprir naquela praia.
“São as mesmas que em outros espaços públicos”, disse à Lusa o Capitão do Porto de Peniche, Marco Augusto, lembrando que os cães têm que usar trela ou, se forem considerados de raça perigosa, açaime.
Segundo António José Correia, “já há colegas presidentes de outras autarquias a perguntar como corre a experiência”, levando o autarca de Peniche a não ter dúvidas de que “no próximo ano haverá mais exemplos no concelho e no país”.
E até quem sabe, “um hotel para cães e unidades hoteleiras que aceitem animais”, concluiu o presidente.
/Lusa
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