Agências funerárias estão a ser investigadas pelo Ministério Público por, alegadamente, pagarem comissões a agentes da PSP da Margem Sul para que sugiram determinadas agências às famílias dos falecidos.
A notícia foi adiantada pelo Público, que refere que as primeiras denúncias públicas sobre o caso surgiram no TugaLeaks, tendo a Procuradoria-Geral da República confirmado que foi aberto um inquérito para apurar a situação.
Já foram ouvidos, como testemunhas, vários representantes da PSP e também das funerárias – mas ainda não foram constituídos arguidos.
“Há agentes que recebem 400 a 600 euros por defunto”, afirmou um agente da PSP ao Público.
Segundo o presidente da Associação Nacional de Empresas Lutuosas, Carlos Almeida, o sistema de recolha de defuntos nas casas propicia equívocos porque muitas pessoas, após a morte de um familiar, ligam para o Instituto Nacional de Emergência Médica ou chamam a polícia.
“Cabe à PSP ou à GNR decidir se chama ou não o Ministério Público, apesar de os agentes não terem preparação para isso. Podem, porém, influenciar todo o processo, decidindo se a morte é suspeita ou insuspeita”, explica Carlos Almeida.
Caso a morte seja considerada insuspeita, é preciso contactar uma funerária. Nesta altura, os agentes poderão sugerir determinada agência, garantindo que “é mais rápida” a prestar o serviço.
De acordo com Carlos Almeida, os agentes não podem retirar-se do local sem a presença dos funcionários da agência funerária, por isso “às vezes, favorecem determinada funerária sem receberem qualquer contrapartida, só para não ficarem tanto tempo à espera com o cadáver”.
O pagamento de comissões terá ocorrido nas zonas de Almada e do Laranjeiro, mas a prática poderá estar a espalhar-se para outras zonas no país.
ZAP
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