O presidente eleito dos EUA Donald Trump afirmou este domingo que, além de ter garantido em 8 de novembro a maioria dos grandes eleitores, também venceu o sufrágio popular face à rival Hillary Clinton, referindo-se a “milhões de votos ilegais” sem, no entanto, apresentar provas.
Nos últimos dias, e em plena celebração do dia Ação de Graças, acentuou-se a polémica quando a ex-candidata ecologista à Casa Branca, Jill Stein, decidiu exigir a recontagem dos votosnos estados de Wisconsin, Pensilvânia e Michigan.
Estes estados decisivos foram ganhos por uma curta margem pelo republicano Donald Trump. O campo de Hillary Clinton já anunciou que vai participar na recontagem dos votos em Wisconsin. E Trump não ficou nada satisfeito com as novidades.
“Além de uma vitória esmagadora no colégio eleitoral, ganhei o voto popular se anularem os milhões de pessoas que votaram ilegalmente”, acusou no Twitter o futuro 45ª presidente dos Estados Unidos, que em 20 de janeiro se tornará o novo inquilino da Casa Branca.
Segundo o sistema de escrutínio universal indireto, Donald Trump venceu as presidenciais com 290 grandes eleitores contra 232 para Hillary Clinton, num total de 538 para os 50 estados norte-americanos e a capital Washington. Os 16 grandes eleitores do Michigan que deverão ser atribuídos à candidatura de Trump ainda não foram oficialmente anunciados.
No sufrágio popular, o resultado eleitoral indicou que a democrata Clinton obteve mais dois milhões de votos que o republicano Trump.
Nos três estados onde a votação foi contestada, o presidente eleito garantiu 100 mil votos de avanço: 20 mil votos no Wisconsin, 70 mil na Pensilvânia e 10 mil no Michigan.
Entretanto, o Presidente eleito voltou ao ataque no Twitter e acusou “graves fraudes eleitorais em Virgínia, New Hampshire e Califórnia – porque é que os media não noticiam isto? Enviesamento sério – grande problema!”.
Vários especialistas e jornalistas políticos alertam para a falsidade das alegações de Trump, sublinhando as suas implicações futuras. Ezra Klein, fundador do portal Vox.com e cronista do Washington Post, comentou que “o mais assustador não é o facto do tweet de Trump ser falso. É o facto de que ele provavelmente pensa que é verdade”. Já David Frum, editor da revista The Atlantic, comenta que os tweets de Trump sobre as votações “podem ser um alerta para o facto de que o direito de voto pode estar prestes a tornar-se mais difícil para milhões de pessoas“.
Recontagens
Ainda ontem, Trump e os seus conselheiros censuraram vivamente a equipa de Clinton por pretender participar na recontagem dos votos no Wisconsin. No Twitter, o milionário recordou à sua rival o momento da campanha em que Clinton o exortou a respeitar o resultado caso a democrata vencesse o escrutínio.
“Tanto tempo e tanto dinheiro que estão a despender, para um mesmo resultado!”, escreveu o homem de negócios.
“O povo exprimiu-se e esta eleição está terminada”, tinha referido no sábado, ao considerar “ridícula” a iniciativa da ecologista Jill Stein, que recolheu milhões de dólares para financiar o seu pedido. Apesar de pretender participar na iniciativa, a equipa de Clinton já esclareceu que não detetou irregularidades em Wisconsin.
Kellyanne Conway, uma conselheira de Trump, aproveitou para denunciar uma “desconcertante recontagem” e apelou aos democratas para não serem “maus perdedores”.
Na cadeia televisiva NBC, Conway revelou que o presidente eleito e o seu antecessor, Barack Obama, mantiveram no sábado uma conversa telefónica de 45 minutos.
“Da parte do presidente eleito Trump, posso dizer-vos que gosta muito de falar com o Presidente Barack Obama, evocar as questões graves com que se confronta este país e o mundo”, afirmou. “Eles entendem-se bem. Estão em desacordo sobre vários pontos, e isso não vai mudar. Mas respeitam-se e respeitam o processo e a transição sem sobressaltos do poder”.
Donald Trump passou o fim de semana prolongado do dia de Ação de Graças no seu luxuoso complexo de golfe na Flórida, para acertar a elaboração do seu governo, aguardando-se em particular a escolha do nome para a estratégica pasta da diplomacia.
No sábado, o New York Times publicou uma reportagem sobre os potenciais conflitos de interesses do futuro Presidente Trump, devido às suas parcerias comerciais – muitas vezes conturbadas – por todo o mundo.
ZAP / Lusa
Comentário: artista e malabarista nas coisas da politica mafiosa.
J. Carlos
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