segunda-feira, 28 de novembro de 2016

PAGAMENTOS EM 2014 LIGAM CONTAS DA CAMPANHA DE DILMA E TEMER


 
Lula Marques / Agência PT
Michel Temer e Dilma Rousseff
Michel Temer e Dilma Rousseff
A ex-Presidente brasileira Dilma Rousseff pagou o salário de assessores pessoais do seu vice na coligação e hoje Presidente do Brasil, Michel Temer, o que pode impedir a separação das contas de campanha.
A notícia é avançada esta segunda-feira pela Folha de S. Paulo. Os documentos obtidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil mostram que quatro colaboradores diretos de Michel Temer – a chefe de gabinete, dois assessores de imprensa e o assessor jurídico – foram remunerados pela “candidata Dilma Rousseff” com um total de 543 mil reais (mais de 150 mil euros) entre julho e outubro de 2014.
Desde o ano passado, o TSE analisa as contas apresentadas pela ex-Presidente brasileira Dilma Rousseff para saber se algum ato ilegal foi praticado na campanha presidencial. Michel Temer tem-se desmarcado do caso alegando a existência de contas separadas durante a campanha.
Michel Temer já pediu a separação das suas contas das de Dilma Rousseff, que liderou a coligação na qual foi eleito vice-presidente, porque existe o risco de esta candidatura ser impugnada se as denúncias sobre o uso irregular de dinheiro desviado da Petrobras forem comprovadas.
O atual Presidente do Brasil alega que usou dinheiro doado ao seu partido e, portanto, não deve ser punido ou perder o cargo se alguma doação irregular tiver sido feita a Dilma Rousseff.
As novas provas mostram que a atual chefe de gabinete da Presidência, Nara de Deus Vieira, recebeu 164,2 mil reais entre julho a outubro de 2014. Nas prestações de contas apresentadas ao TSE, Nara Vieira aparece como responsável pela movimentação e abertura da conta em nome de Michel Temer para a disputa presidencial. No entanto, o seu salário mensal, de 41 mil reais, foi pago pela campanha de Dilma Rousseff.
Michel Temer tornou-se Presidente depois de Dilma Rousseff ter sido destituída pelo Senado (câmara alta parlamentar) por ter cometido crimes fiscais.
Logo após as presidenciais, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) entrou com três ações de impugnação da chapa Dilma/Temer por abuso de poder político e económico. Nas ações, requerem a posse dos senadores Aécio Neves, como Presidente, e Aloysio Nunes Ferreira como vice.
Segundo o jornal brasileiro, o processo passa agora por uma fase de complementação de provas. A expectativa é que vá a julgamento pelo plenário do TSE no primeiro trimestre de 2017.
/Lusa
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