sexta-feira, 30 de setembro de 2016

CIENTISTAS EDITAM O ADN DE EMBRIÃO HUMANO SAUDÁVEL

 

Embrião humano com 6 dias
Embrião humano com 6 dias
O biólogo do desenvolvimento Fredrik Lanner, do Instituto Karolinska, em Estocolmo, admitiu publicamente que a sua equipa está a editar genes em embriões humanos saudáveis.
O cientista utiliza embriões que sobram de fertilização in vitro e é o primeiro a admitir publicamente que está a usar tecnologia em embriões humanos viáveis, sem ter autorização para tal.
Lanner recorre à técnica CRISPR, que permite melhorar o genoma humano, criando uma imunidade a certas doenças ou condições.
Com esta técnica, os especialistas “cortam” pedaços do ADN, eliminando doenças genéticas nos embriões antes de eles se tornarem bebés – como o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH).
Fredrik Lanner pretende descobrir novos tratamentos de infertilidade e aprender mais sobre as células estaminais embrionárias, que dão origem a qualquer célula do corpo humano.
“Se pudermos entender como é que essas células são reguladas no embrião, esse conhecimento vai ajudar-nos a tratar pacientes com diabetes, Parkinson e outras doenças”, afirmou Lanner.
Desde que a técnica CRISPR foi inventada, tem havido um debate intenso sobre se o ADN de embriões humanos viáveis deve ou não ser alterado.
Entre várias outras preocupações, os críticos estão preocupados que a técnica resulte, acidentalmente, em embriões humanos “alterados” num avançado estágio de desenvolvimento fetal.
A fim de amenizar essas preocupações, Lanner destacou que o seu grupo de investigação nunca deixa os embriões ultrapassarem os 14 dias de desenvolvimento.
Segundo os especialistas e defensores da técnica, várias doenças genéticas poderiam ser “retiradas” dos bebés antes de nascerem, salvando-os de qualquer condição debilitante ao longo da vida.
No ano passado, uma equipa de cientistas chineses conseguiu alterar o genoma num embrião humano, retirando um gene causador de uma doença sanguínea fatal.
No entanto, muitos membros da comunidade científica mostraram grande preocupação com os perigos levantados pela possibilidade de se poderem vir a “fabricar” bebés em função de determinados requisitos ou características.
BZR, ZAP / Hypescience

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