Os Países Exportadores de Petróleo acordaram esta quarta-feira uma redução na produção de crude em 2017. Os revendedores de combustíveis portugueses alertam para uma possível subida do preço das gasolinas se a OPEC limitar a produção de petróleo, pedindo ao Governo uma política “racional e responsável” no setor.
Os Estados-membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Organization of Petroleum Exporting Countries – OPEC) concordaram na quarta-feira, em Argel, em reduzir a produção de crude em 2017, para 32,5 milhões de barris por dia.
A decisão significa uma diminuição de 750 mil barris/dia em relação ao mês de agosto, indicou a agência Bloomberg, citando um membro de uma delegação que pediu o anonimato.
Os países da OPEC fornecem cerca de 40% da oferta mundial de crude, e trata-se do seu primeiro corte na produção em oito anos. A decisão foi tomada numa reunião informal da organização, para debater um eventual congelamento da produção e tentar fazer subir as cotações do petróleo.
“Para já, há sinais contraditórios por parte da Noruega, por exemplo, que também é produtor, e daRússia, que não se sabe se irá avançar ou não. Apesar de tudo, é normal que, caso o acordo realmente aconteça, os preços subam”, disse à Lusa o vice-presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC), Francisco Albuquerque.
O acordo deverá ser aprovado em Viena, a 30 de novembro deste ano. As cotações do petróleo em Nova Iorque fecharam em alta, depois de ter sido divulgado o acordo finalizado em Argel.
Francisco Albuquerque indicou que nada está decidido quanto à produção, uma vez que para novembro está agendada uma nova reunião, havendo várias questões em cima da mesa.
Tendo em conta o anúncio da OPEC e face à previsível nova conjuntura, Francisco Albuquerque salientou que o mais preocupa os revendedores são exatamente as políticas do Governo português para o setor, considerando que “de forma alguma se deveria voltar a subir a taxa de ISP“, o imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos.
“Apelamos ao Governo para se esforçar por seguir uma política racional e responsável num setor tão estratégico e fundamental para o nosso país como é o setor dos combustíveis”, disse o vice-presidente da ANAREC à Lusa.
O responsável defendeu que se deveria rever a medida de incorporação de biocombustíveis, “não aumentando a sua percentagem de incorporação”, já que esse aumento vai contribuir para a subida do preço dos combustíveis em 2017.
ZAP / Lusa
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