O Daesh hoje/ As reformas de amanhã/ Música para o fds

David Dinis, Director

Trump apertou as regras sobre concessão de vistos de entrada nos EUA. A entrada vai ser mais difícil para todos: turistas, viagens em trabalho ou familiares de americanos que queiram entrar na América.

Mas Trump também apertou os republicanos: ou hoje lhe aprovam a revisão do Obamacare, ou vão ter que conviver com ele. A verdade é que o voto já foi adiado (porque a Casa Branca não tinha ainda votos suficientes para ganhar).

Um grupo de países pôs pressão sobre a Venezuela. Do México aos EUA, passando pelo Chile, Colômbia e Argentina, todos querem que o governo de Maduro reponha a "normalidade democrática".

Erdogan avisou a Europa: os acordos em vigor serão revistos depois do referendo. “De A a Z”, nas palavras dele, pode incluir-se o R de refugiados.

A propósito, uma notícia triste: dois barcos naufragaram no Mediterrâneocom cerca de 200 pessoas a bordo (quando é que isto pára?).

As notícias do dia 

Sobre Londres, queria mesmo aconselhar-lhe a leitura deste texto da Rita Siza. Ela explica o que se sabe do terrorista, a surpresa dos que o conheciam com a sua relação com o jihadismo, como se tornaram rápidas (e diferentes) as radicalizações e que tudo isto perspectiva sobre esta nova face do terrorismo na Europa. A Clara Barata completa a análise com este outro texto, explicando como o Daesh cria marionetas terroristas telecomandadas.

Temos mais informação, claro: dos últimos detalhes da investigação ao perfil do autor do ataque, passando pelas homenagens, das suas vítimas e também a reconstituição do momento que nos deixou em choque. E, claro, também a história do antigo polícia que recrutou jovens para o Daesh em Portugal (e que foi ontem detido). A propósito, parece que António Costa quer uma decisão em Abril sobre o acesso das secretas aos dados das comunicações de suspeitos (mas sobre isto ainda vai correr muita tinta).

A nossa manchete conta, hoje, que o Governo promete pensões mais altas a quem adiar a reforma. A Raquel Martins conta o que já sabe - e o que ainda espera saber.

Outras notícias a reter esta manhã?

Passos saiu em defesa de Teresa Leal Coelho e recusou mudar uma vírgula na estratégia do partido. Quanto à novel candidata, disse isto: “Tenho um bom projecto para Lisboa” (falta saber qual). Ontem, na TSF, Pedro Duarte não foi meigo nas críticas à condução do processo pelo líder do partido.

Afinal ainda não há solução para o malparado. Uma resposta da Comissão Europeia à TSF indica que, ao contrário do que disse António Costa, a discussão ainda está nos preliminares.

Já há é uma solução para os lesados. E ela passa por uma isenção fiscal, conta o Jornal Económico.

Carlos Costa pôs-se contra quase todos: "É muito perigoso" o que estão a fazer ao Banco de Portugal, disse ontem, na longuíssima audição parlamentar. A Liliana Valente esteve lá, com paciência, e conta-lhe o essencial do que se passou.

E sobre o Montepio, o governador disse isto: "Estamos a ir no bom caminho". Dúvida minha: em direcção a?

A emissão privada da Caixa foi polémica. Os investidores obrigaram o banco público a pagar 58 milhões em juros por ano. Passos diz que o preço foi elevadíssimo. Diz o Eco que os fundos especulativos ficaram com 41% da emissão.

Só duas notas sobre assuntos mais terrenos:

A Comissão Europeia quer proibir o tabaco nas praias, conta o Correio da Manhã, no momento em que o nosso Parlamento nem se entende sobre a nova lei do tabaco.

Os hospitais do futuro vão ser assim: menos camas e um gestor por doente, conta a Romana Borja-Santos, antecipando um relatório que hoje vai ser conhecido.

Música, para o fim-de-semana

Ainda não é para já, mas vale a pena ler e marcar na agenda: o Jazz em Agosto promete "coisas chamativas com potencial de impacto". O Vítor Belanciano faz o percurso de uma viagem lisboeta que começará no rap e acabará na electrónica. E deixou música pelo meio, para acompanhar.

No Porto também há festa. Dizendo melhor: há jazz, música para a Páscoa e momentos de revolução. O cartaz de Primavera da Casa da Música dá mesmo inveja.

Agora a música de Slow J. O rapaz de Setúbal por quem, no Verão de 2015, meio Portugal se apaixonou foi crescendo a olhos vistos. O seu primeiro álbum "é uma obra pujante e indomesticável", anota Francisco Noronha, "uma criação que vai beber a pontos tão próximos e distantes como o rock, o fado e o semba, o R&B ou a balada pop acústica". E ele diz assim: "Estou aqui para inventar música nova". Embora ouvi-la? 

E ainda a Kelly Lee Owens. Porque o Vítor Belanciano lhe deu cinco estrelas, fiquei preso à apresentação: "Aos 18 anos, numa clínica, teve que lidar com doentes terminais. Dez anos depois, lança o tipo de álbum capaz de nos reconciliar com a vida". E ela diz-nos: "Sim, a música pode ser terapêutica". Que bom que é assim, este Smalltown Supersound.

Tudo isto para lhe dar ritmo ao fim-de-semana. Mas há mais para ler, fazer e descobrir. Basta dizer que é sexta-feira, dia de Ípsilon.

Hoje na agenda

• O INE divulga os dados do défice e dívida de Portugal em 2016, essenciais para que Portugal possa sair do Procedimento dos Défices Excessivos.
• A Assembleia da República discute cinco votos de condenação das declarações do presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem, sobre a Europa do sul, pedindo a sua demissão do cargo.
• O Papa Francisco recebe os líderes europeus no Vaticano, na véspera das comemorações dos 60 anos do Tratado de Roma. E pergunta o Rui Tavares (respondendo): mas, afinal, o que é que eles assinaram há 60 anos?
• Fernando Santos dá uma conferência de imprensa, antecipando (às 12h00) o Portugal-Hungria de amanhã, importante prova na qualificação para o Mundial do próximo ano.

Só mais um minuto  

A Primavera já chegou, mas o cenário primaveril das flores coloridas e das árvores viçosas deu lugar à neve em vários pontos do país. Ontem juntámos numa fotogaleria imagens de neve a 23 de Março, sim, 23 de Março. De tão bonitas que são, até apetece perdoar São Pedro.

"Alerta: um parto é acontecimento bonito, mas é também turbulento e impressionante. Os espectadores devem esperar imagens que contêm nudez." O aviso é do Birth Photography Image Competition, concurso internacional que premeia as melhores fotografias de nascimento a nível mundial. Hoje despeço-me assim mesmo: com a realidade, nua, crua e linda de um parto normal. A celebrar a vida.

Tenha um dia feliz e produtivo. Tenha um excelente fim-de-semana

Até já!