Projeto financiado pela DGArtes/Ministério da Cultura
Coprodução Gambozinos e Peobardos – G-T. da Vela com Trigo Limpo Teatro ACERT
Classificação M/12 anos
Duração: 55 min.
«Aceitei estar sozinho em palco para contar a história de uma solidão sofrida, um pai que perde um filho... E aceitei estar porque sabia que não ia estar sozinho. Fazer um espetáculo é um trabalho de equipa, é um ato de criação que compensa todas as perdas (as que narramos e as que sofremos), que nos projeta num futuro onde pela partida de alguém um outro regressa, pela morte de alguém um outro nasce... Parte Miguel vem Serafim». Pompeu José
No final da noite do velório, já de madrugada, Cláudio vai desfiando um rosário de recordações na tentativa desesperada de compreender o sucedido. Relembra fragmentos da sua vida, dialoga com várias personagens (inclusive com o filho), em busca de uma lógica impossível para a tragédia. Tenta organizar o caos que lhe vai dentro, num desabafo dorido mas, por vezes, irónico, verbalizando o que não tem explicação: o desespero de nos confrontarmos com o fim…
Trigo Limpo teatro Acert
39 Anos de pesquisa, produção e animação teatral.
Desde a sua formação, em 1976, tem vindo a afirmar-se como uma companhia teatral apostada na descoberta de interceções entre as distintas linguagens artísticas e do espetáculo, como forma de potenciar uma intervenção teatral experimental, consequente, criativa e socialmente integrada numa intervenção cultural comunitária.
Trigo Limpo teatro Acert, para além da apresentação de textos dramáticos de autor, estreou mais de uma dezena de textos teatrais próprios, incidindo a maior parte deles na adaptação teatral de textos de autores contemporâneos (Herman Hesse, Ilse Losa, Isabel Allende, José Gomes Ferreira, Lobo Antunes, Mia Couto, Santos Fernando, Válter Hugo Mãe, entre outros), para além de dramaturgia original criada especificamente para a Companhia.
A itinerância assume um dos eixos que caracterizam a dinâmica da Companhia correspondendo a mais de 70% do total da atividade, possibilitando-lhe a criação de novos públicos, uma proximidade com as distintas realidades culturais e o estabelecimento de circuitos de descentralização.
O teatro de rua assume um campo experimental a que tem sido dado determinante relevo, assumindo as produções realizadas investimentos criativos caracterizadores da atividade da Companhia (Faldum, AuGaciar, Queima do Judas, máquina de cena Memoriar, criada para a Expo 98, Hannover 2000, SerPró - Coimbra, Transviriato, Num Abril e Fechar de Olhos, Golpe d´Asa, Pinóquio, A Viagem do Elefante).
Toda a dinâmica assenta num investimento artístico gerador de práticas que permitam, por um lado salvaguardar uma atuação de itinerância do projeto, e pelo outro numa estreita conjugação de sinergias que favoreçam a programação e dinâmica do seu espaço-sede. Também a formação, os intercâmbios artísticos, as coproduções e o acolhimento de residências artísticas se conjugam num plano artístico pluridisciplinar com uma equipa profissional permanente com competências para uma atuação transversal.
Gambozinos e Peobardos - Grupo de Teatro da Associação Cultural e Desportiva da Vela foi fundado em abril de 2005. Os nossos espetáculos espelham uma vontade de valorizar uma identidade definida pela sua geografia - região interior - e a sua realidade social, composta por uma acentuada vivência rural e um forte sentimento de isolamento. Temos procurado autores e obras da literatura lusófona (são exemplos Alexandre O’Neill, Miguel Torga, Eugénio de Andrade, Mia Couto) que nos sirvam de inspiração e âncora nesta reflexão sobre aquilo que nos envolve.
Nesta busca, optámos por textos não dramáticos, o que constitui um desafio nas nossas criações, a par com a opção de as concretizar em espaços não convencionais, privilegiando espaços ao ar livre e/ou com valor patrimonial reconhecido. O olhar sobre as populações foi sempre orientado para um teatro inclusivo, que fosse ao encontro da comunidade, desenhando com as pessoas os espetáculos, fazendo com que participassem como intérpretes e se sentissem acarinhadas.
Fazemos parte de uma rede informal de grupos dinamizada pelo teatro O Bando, de Palmela, onde todos os anos apresentamos os nossos espetáculos e que nos permite acolher anualmente criações desta companhia histórica na nossa aldeia. Somos também parceiros do Trigo Limpo Teatro Acert, de Tondela, que recebemos no final do ano passado no festival Argonautas, na Vela. Este espaço de programação que organizamos desde 2013 vai já na 3º edição e tem-nos permitido acolher várias propostas artísticas de todos os cantos do país.
Ficha Artística
Texto a partir de “Até ao Fim” de Vergílio Ferreira
Dramaturgia António Rebelo, Pedro Sousa e Pompeu José
Encenação António Rebelo e Pedro Sousa
Interpretação Pompeu José
Participação especial António Rebelo e Pedro Sousa
Cenografia e design gráfico Zétavares
Desenho de luz Paulo Neto
Sonoplastia Luís Viegas
Música Beethoven, Sonata ao Luar
Fotografia documental Cláudio Alves
Fotografia de cena Carlos Teles
Vídeo Fragmenesis
Serralharia Rui Ribeiro
Preçário
Preço normal_ 4,00€
Preço Grupos de Teatro (Profissionais, amadores e escolares) e Estudantes de Teatro_ 3,00€
Lotação Limitada
Calendário
Dia 24 de Março, 21h30 - Cine-Teatro de Condeixa-a-Nova
Dia 26 de Março, 16h00 - Antiga Cerâmica Arganilense (Este espetáculo foi adiado para data a anunciar)
Dia 1 de Abril, 21h30 – Centro de Animação Cultural de Mortágua
“Outras vozes, outra gente – Mostra em rede de teatro documental” é um projeto de teatro documental ou testemunhal que pretende ser uma mostra de teatro em rede a acontecer no território da Região Centro. Do centro de Coimbra aos concelhos mais periféricos estabelece-se uma rede entre diversos grupos que, em diferentes pontos do país, se dedicam a fazer do documento e do testemunho o ponto de partida para a construção teatral.
O título, “Outras vozes, outra gente” sublinha o propósito de dar voz, através de espetáculos teatrais, a quem dela se vê frequentemente privado por diversas razões que se situam no campo político, económico e social. Este é o mote que une os diversos espetáculos de teatro a ocorrer em Mortágua, Tábua, Condeixa-a-Nova, Miranda do Corvo, Arganil e Coimbra, e as atividades paralelas a realizar, pensadas como uma forma de complementar esta Mostra, através de um projeto pedagógico que se pretende interventivo, elucidativo e formativo, e especialmente dirigido às camadas mais jovens da região.
Produzido pela Cooperativa Hermes e apoiado pela DGArtes – Ministério da Cultura, este é um projeto que conta com as parcerias das Câmaras Municipais de Mortágua, Arganil, Condeixa-a-Nova, Miranda do Corvo e Tábua, em conjunto com o Teatro Académico Gil Vicente e outras entidades que desenvolvem a sua atividade na vertente formativa e de investigação (Centro de Documentação 25 de Abril, Centro de História da Sociedade da Cultura, Centro de Formação Nova Ágora, Centro de Formação de Associação Escolas Coimbra Interior, Centro de Formação de Associação Escolas do Planalto Beirão), e que cumpre os objetivos traçados pela Cooperativa Hermes, nomeadamente a consolidação de uma rede de programação cultural e artística na região.
A inaugurar a Mostra apresenta-se o espetáculo Romance da Última Cruzada pela companhia de teatro portuense Visões Úteis e que faz uma representação inspirada pelas experiências da guerra e pelos processos da memória, identidade e biografia. EmDiz a Verdade ao Poder: Vozes do Outro Lado da Escuridão, a Cooperativa Bonifrates apresenta uma peça sobre a violação dos direitos humanos e formas de resiliência. O Trigo Limpo/Teatro Acert, em coprodução com Gambozinos e Peobardos, leva à cena Em Memória – ou a vida inteira dentro de mim, uma peça sobre o sofrimento de um pai que perde um filho. Portugal não é um país pequeno é o título do espetáculo a apresentar-se pela mão do Hotel Europa. Aqui, reflete-se sobre o fim do colonialismo e a transmissão da memória. A Casa da Esquina, sedeada em Coimbra, estreia O meu País – Exílio, um espetáculo que é um prolongamento de O Meu País é o que Mar Não Quer, construído a partir do relato pessoal do actor que dá corpo e voz à peça, e que incidiu sobre testemunhos de emigrantes portugueses. A concluir a Mostra de Teatro em Rede, apresenta-se Onde o Frio se Demora pela Narrativensaio – AC, um espetáculo construído em torno de entrevistas feitas pela jornalista Ana Cristina Pereira, sobre violência de género, solidão e rutura num Portugal marcado pela crise económica.
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