João de Sousa – Jornal Tornado – Opinião
Torna-se cada vez mais claro que o BES, o BANIF e o descalabro na descapitalização da CGD foram efeitos colaterais da sede de poder de Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque com a conivência do Governador do Banco de Portugal, para permitir uma falsa saída limpa.
Ao ignorar todos os indícios da situação do GES e do impacto disso na situação do BES, a vergonhosa situação do BANIF e o abafar e atrasar a capitalização da CGD sob pretexto de que não era permitida pelas regras comunitárias, justificação que o futuro veio a provar que apenas servia para esconder a falta de vontade política de o fazer, devia levar qualquer sujeito que compreenda o significado da palavra responsabilidade, a apresentar de imediato o seu pedido de demissão.
Acresce a participação do Governador no logro que foi o aumento de capital do BES ao qual deu o seu aval de forma tão exuberante que até “levou” o Sr. Presidente da República de então a participar na farsa.
O Sr. Governador está a minar a credibilidade da Instituição que governa. E arrastar todo o Conselho de Administração consigo pode ser adequado e justo mas em nada o exime da sua responsabilidade própria de Governador.
Passos Coelho, Maria Luís e o Sr Governador, ocultaram e procrastinaram decisões por razões de ordem política e para permitir uma saída falsamente limpa. Com esta decisão custaram, e ainda irão custar, milhares de milhões de euros aos portugueses e deveriam estar a ser alvo de um inquérito, sim, mas do DCIAP.
Sra. Procuradora-Geral da República, tem aqui uma denúncia que não é anónima. É pública, está assinada por mim e terá certamente muitas assinaturas de milhões de Portugueses. Os Portugueses estão fartos de ser feitos de parvos por entidades reguladoras que não regulam, mas recebem como se regulassem, e por uma justiça que não funciona, tornando-se dessa forma cúmplice do esbulho diário a que estão sujeitos.
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