O processo está carregado de ironias e arrasta no mesmo saco de denúncias a antiga presidente Dilma Rousseff e o antigo vice que lhe sucedeu no cargo.
O Tribunal Superior Eleitoral do Brasil começa às 13h, hora portuguesa, a julgar uma ação que, no limite, pode derrubar o presidente Michel Temer.
A ação foi interposta por Aécio Neves, candidato derrotado às presidenciais de 2014, logo após as eleições. Alegava Aécio que Dilma Rousseff, vencedora do sufrágio, e o seu então vice-presidente Michel Temer, beneficiaram de crimes de abuso económico - isto é, receberam dinheiro desviado da petrolífera estatal Petrobrás para a sua campanha.
A teoria foi ao longo dos últimos anos largamente confirmada graças à delação de executivos da construtora Odebrecht que disseram "sim", com todas as letras, que abasteceram a campanha de Dilma e de Temer, com verbas ilegais
A ironia é que, entretanto, Dilma caiu no impeachment julgado no ano passado e Aécio, o autor da ação, tornou-se aliado no governo que pode agora derrubar.
Para tal, basta que quatro dos sete juízes do Tribunal votem a favor da perda de mandato de Temer.
O julgamento pode demorar mas, caso confirme a culpa de Temer, vai gerar eleições. Eleições indiretas, diga-se, pois serão os 594 deputados e senadores do Brasil a escolher o sucessor do atual presidente. Até às eleições de 2018 onde, aí sim, caberá ao povo decidir.
Fonte: TSF
Foto: Nacho Doce/Reuters
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