Pedro Neto, diretor da Amnistia Internacional de Portugal, quer ver os agentes acusados de racismo na Cova da Moura fora da polícia e levados à justiça.
"Estes incidentes, segundo testemunhos e acusação, são de uma gravidade inaceitável, em Portugal e em todo o mundo", começa por dizer à TSF. "Este tipo de comportamento e incidentes de fevereiro de 2015 não podem acontecer.
"Este agentes, tendo feito isto, tendo tido este comportamento, têm de ser levados à justiça e não podem estar na polícia. Esta acusação, vindo a transformar-se em condenação, pois claro que é um sinal de justiça e um sinal claro que em Portugal não há espaço para atitudes e ações de racismo e xenofobia, seja por parte de agentes da autoridade, seja por parte de cidadãos. Vivemos num Estado de direito em que o respeito tem de existir e persistir", defende.
"Nem todos os polícias são assim. Há que separar o trigo do joio e é preciso entender que a polícia serve para nos proteger. A maior parte dos agentes é isso que faz. Estes maus agentes, por assim dizer, é que têm de ser trazidos à justiça", insiste.
E conclui: "A justiça tem os seus tramites e formalidades, o que não ajuda muitas vezes à celeridade que seria desejável na justiça, até porque há outros episódios que têm acontecido e que temos reportado. No entanto, não havendo estatísticas desagregadas sobre o tipo de incidentes que há com a polícia, não podemos falar de um fenómeno de racismo ou caracterizar os episódios seguintes com as mesmas motivações destes de fevereiro de 2015. No entanto, apesar de tardia, é bem-vinda [a justiça]. Que seja um sinal claro que isto não pode acontecer..."
TSF | Foto: Nuno Fox/Global Imagens
Nenhum comentário:
Postar um comentário