Paulo Rodrigues reagiu às acusações de injúria, ofensa à integridade física e falso testemunho contra 18 agentes da PSP de Alfragide. O líder do sindicato dos profissionais da polícia lembra que esta esquadra “está num contexto difícil de atuação” e que estão a enfrentar um problema que não é de “segurança”.
Paulo Rodrigues, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, reagiu às acusações do Ministério Público de injúria, ofensa à integridade física, tortura, sequestro e falso testemunho contra 18 agentes da PSP de Alfragide. Paulo Rodrigues disse na TVI 24 que tanto “a polícia, como os cidadãos” querem saber o que de facto aconteceu.
No entanto, Paulo Rodrigues refere que “é importante conhecer o que levou a determinado resultado” e lembra que “estamos a falar de uma esquadra que está num contexto difícil de atuação”.
O líder sindical destacou que “o problema de intervenção naquela zona não é novo. A intervenção é tão difícil que, muitas vezes, obriga a própria reação da polícia a uma salvaguarda da vida dos próprios agentes. Acontece na Cova da Moura e em outros locais”.
Paulo Rodrigues disse ainda que neste tipo de situações é normal apontar críticas à atuação da polícia. “É muito mais fácil acusar a polícia do que olhar para as condições de intervenção. Ainda recentemente dois polícias foram agredidos por 15 cidadãos e ninguém quis saber de que forma aquilo aconteceu e ninguém se preocupou porque só lá estavam dois polícias”.
O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia considera que problemas em zonas como a Cova da Moura podem não ser, essencialmente, problemas de segurança. “Esperar que a polícia resolva uma questão que se calhar não é de segurança, cria aqui vários problemas. E a atuação nos bairros, a atuação em situações de maior fragilidade e onde deveria ter havido uma intervenção social antes, leva a que os polícias assumam uma posição difícil”.
Paulo Rodrigues diz que “é preciso ter meios e um número de pessoas indicadas” em esquadras como a de Alfragide e que quando isso não acontece há “sempre um impacto negativo”. Paulo Rodrigues confirmou que alguns dos 18 polícias agora acusados ainda estão a trabalhar na esquadra de Alfragide, mas “outros já saíram”.
A terminar, o líder sindical afirmou que a culpa não pode ser só da polícia. “Não podemos aceitar que um polícia, só porque a polícia é agredida, seja um alvo. E portanto têm que se encontrar aqui muitas responsabilidades, que não podem ficar só nas mãos dos polícias constantemente”.
Notícias ao Minuto | Foto: Global Imagens
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