As manifestações supremacistas em Charlottesville continuam tendo seus efeitos sobre a Casa Branca. Depois de uma atitude considerada insatisfatória por parte do presidente americano Donald Trump, oito integrantes de um grupo voltado para aconselhar o governante em assuntos de infraestrutura e segurança digital deixaram o conselho em protesto.
A debandada aconteceu no NIAC, um órgão voltado para auxiliar a Casa Branca e suas organizações de segurança em assuntos relacionados à proteção dos serviços básicos dos EUA e também para avaliar o avanço de ciberameaças. O grupo foi criado em 2001, logo após os atentados de 11 de setembro, pelo então presidente George W. Bush.
A saída dos membros aconteceu de maneira simultânea e em protesto ao que eles consideraram uma postura inadequada do presidente em relação ao surgimento de supremacistas brancos no país. Para eles, Trump não demonstrou uma postura firme, e, ao usar palavras brandas para falar sobre o assunto, colocou a segurança nacional em risco. A saída do Acordo de Paris também é citada como um meio pelo qual a infraestrutura nacional americana pode ser colocada em risco de potenciais ataques por ecoativistas.
Em um relatório que antecedeu a saída dos membros, o NIAC descreveu o estado de muitos dos serviços essenciais americanos como “pré-11 de setembro”. De acordo com o órgão, alguns dos sistemas receberam apenas atualizações triviais desde que o conselho foi criado, representando um grande risco caso hackers e criminosos desejem atacá-los.
Uma carta entregue na ocasião da saída dos oito membros e que surgiu na internet de forma não oficial também faz menção a isso, acusando Trump de não dar a atenção devida aos riscos detectados pela organização. O texto não fala diretamente em incompetência, mas dá a entender que a atuação de membros do governo está dificultando o trabalho do NIAC e “interferindo no juramento de proteger a pátria”, feito por todos os membros do grupo.
Trump não se pronunciou oficialmente sobre o assunto. Sua reação aos protestos em Charlottesville também já o fez perder diversos membros de seu comitê de negócios – os CEOs Kevin Plank e Kenneth Frazier, que lideravam, respectivamente, a farmacêutica Merck e a fabricante de artigos esportivos Under Armour, foram os mais recentes a deixarem conselhos.
A quantidade cada vez menor de membros também levou ao fim de alguns dos grupos de executivos que trabalhavam com o Governo, mais especificamente aqueles voltados para a indústria e estratégias econômicas. O presidente americano não comentou sobre a saída dos membros da NIAC. Entretanto, pelas redes sociais, minimizou o fato de membros de seu conselho de CEOs terem abandonado a administração, afirmando que, para cada um que deixa o grupo, existem muitos querendo ocupar seus lugares.
Fonte: Defense One
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