O Ministério Público está a investigar as viagens à China que foram pagas pela operadora de telecomunicações Nos e a Huawei. A par disso, está a recolher dados sobre deslocações que terão sido pagas pela Oracle.
O Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa está a investigar as viagens à China, que foram pagas pela operadora de telecomunicações Nos. A notícia está a ser avançada pelo jornal Eco. Além da Nos, a Huawei e a Oracle também estão na mira do Ministério Público. Relativamente a esta última, o Público adianta que o DIAP está a "recolher elementos" sobre viagens que terão sido pagas por esta empresa.
Quanto às viagens pagas pela Nos, o Eco perguntou à Procuradoria-Geral da República se os quadros do Ministério da Saúde que foram à China também iam ser alvo do inquérito que foi aberto este mês. Em resposta, a PGR afirmou que "procedeu à recolha de elementos e decidiu enviá-los ao Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa com vista a investigação".
Em 2015, avançou o Expresso este fim-de-semana, cinco altos quadros do Ministério da Saúde e outro da Autoridade Tributária viajaram até à China (este último noutra altura) pagos por uma empresa associada da Huawei. Ontem o jornal Eco, dizia que essa empresa foi a Nos.
A confirmação chegou ao fim da noite. Num comunicado enviado à Lusa, a Nos "confirma que, em Junho de 2015, colaboradores da empresa participaram numa viagem de trabalho a Zhang Zhou e Shenzehen, que teve como único objectivo partilhar com os participantes conhecimento e melhores práticas na área da saúde".
Na nota, a operadora de telecomunicações "confirma também a existência de um pagamento das viagens aéreas da referida visita a um total de 14 pessoas, sendo cinco desses colaboradores da empresa".
Segundo a companhia, "o enquadramento deste pagamento encontra-se ainda a ser apurado", já que as regras internas na operadora "não prevêem a possibilidade da empresa suportar, mesmo que parcialmente, custos de deslocações que não os dos seus próprios colaboradores".
"Perante isto e face às informações entretanto vindas a público, a Comissão Executiva das Nos prontamente decidiu apurar internamente o enquadramento e detalhe de um eventual envolvimento da empresa na referida viagem", acrescenta-se no comunicado difundido.
Pelo menos seis dirigentes a colocarem os seus lugares à disposição, incluindo um que (ao que se sabe) nem sequer participou nas viagens: o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS). De acordo com um comunicado do gabinete do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes registou o gesto, mas prefere esperar pela investigação em curso antes de tomar uma decisão.
Fonte: Jornal de Negócios
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