David Dinis, Director
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Bom dia!
Sim, temos um problema: a Coreia do Norte disparou um míssil sobre o Japão, percorrendo 2700 quilómetros e caindo depois em águas japonesas. O sistema de alerta lançou um aviso para a população tomar precauções, mas no final não houve perigo real - só um susto. Acontece que este foi o primeiro míssil coreano a voar sobre o Japão desde 2009, o segundo teste em quatro dias e o 18º do ano. O suficiente para que Shinzo Abe e Donald Trump tenham pedido uma reunião imediata do Conselho de Segurança. A notícia está aqui - e vai manter-se em actualização.
Mas "Houston, we have a problem" é, hoje, uma expressão para levar à letra. Na quarta maior cidade americana, o número de mortes provocado pelo Harvey subiu para 10, os deslocados para 30 mil - e o número de pessoas a precisar de ajuda federal deve chegar aos 450 mil. As primeiras histórias dos náufragos da tempestadeestão aqui contadas, mas só mesmo as primeiras: é que a pior enchente do Harvey ainda está para vir, como explica a Rita Siza, no texto que lança o nosso Destaque de hoje. Quanto ao Presidente americano, segue hoje viagem até Houston, já com uma promessa de "acção rápida". Porém, uma decisão que Trump tomou 10 dias antes pode custar-lhe caro.
No Brasil, o problema é político (e chama-se vingança): depois de o Congresso ter votado contra o seguimento para a Justiça da denúncia de corrupção imposta pela justiça ao Presidente, Michel Temer lançou uma vaga de demissões dos aliados dos deputados que votaram o julgamento. A isto o jornal Folha de São Paulochama uma limpeza no Planalto.
Sobre a noite passada, ainda temos de falar sobre "A Guerra dos Tronos": o episódio final da penúltima temporada da série mais popular do mundo – que bateu novos recordes – deixou os leões para trás e trouxe novidades para leitores e espectadores. Mas não se despeça já de “A Guerra dos Tronos”, o Inverno está para chegar, recomenda a Bárbara Wong.
No Público hoje
Também temos um problema por cá, mais um: há dois meses que os bombeiros se queixam da alimentação que lhes é entregue - sem qualidade, tarde e escassa, levando a vários pedidos de ajuda às populações. Há seis dias que o PÚBLICO faz perguntas ao MAI, mas só ontem o ministério ordenou à Protecção Civil que abrisse um inquérito. O Luciano Alvarez não conta só a notícia, explica também como são alimentados os bombeiros durante os fogos.
E aqui está outro problema, relatado pelo JN: o tempo de espera para cirurgias é o maior dos últimos 6 anos, mostra o último relatório do SNS, agora entregue aos deputados. E há dúvidas sobre os 22 mil doentes que furaram a lista de espera. O lado bom? É que houve mais operações (o que explica alguma coisa).
Ainda na Saúde, um problema político: há cinco quadros do ministério sob investigação, depois de uma viagem à China paga pela NOS. A empresa de telecomunicações confessou-se esta noite surpreendida com a violação das regras internas e prometeu investigar, enquanto a chinesa Huawei se punha fora do filme. Entretanto, o Observador já lançou mais uma polémica, agora envolvendo a americana Oracle (com um cheirinho a Aerosmith). É por isto tudo que eu defendo, no Editorial do dia, uma cura de transparência (antes que venha uma caça às bruxas).
Mas ainda há outro problema, este na Autoeuropa: os trabalhadores confirmaram ontem a greve contra os sábados obrigatórios. E e mandataram o sindicato da CGTP para reunir com a administração e forçar alternativas. O DNquantifica o problema para a empresa: 5 milhões de euros.
Agora respire fundo - também há problemas que se vão resolvendo. Como o pagamento de dívida ao FMI (que já vai em 60% do empréstimo); como o regresso da CGD a Almeida (numa espécie de acordo de paz); e como a nova vida do Capitólio, em Lisboa, ou do bar Aniki Bobó, na Ribeira do Porto.
Na política caseira, continuam as negociações do Orçamento de 2018. Hoje é a vez do PAN se reunir com o Governo, pedindo o fim da isenção de IVA para toureiros, mais vigilantes da natureza e um benefício no IRS de quem limpar os terrenos florestais. A Maria João Lopes mostra a lista.
Verão que é de ler
E são leituras para todos os gostos. Começo por Abramovich e Dasha: um divórcio, a elite e o soft power russo, que fez capa do P2 no domingo. É um texto sobre a separação do super-casal Roman Abramovich e Dasha Zhukova, os russos milionários na City de Londres na era do "Brexit" - e sobre o que os ingleses precisam deles.
Olhando para outra geografia, a Maria João Guimarães escreveu sobre a estranha paixão da Índia pelos seus gurus, na sequência da condenação do "guru do bling" a 20 anos de prisão, por violação de duas mulheres. É só um entre dezenas de milhares de gurus, alguns com grandes impérios económicos e de influência. Que mundo louco, este.
Mais louco ainda: o Egipto reabriu um museu dedicado a um dos favoritos de Hitler. É uma gruta numa colina com vista para o Mediterrâneo, mas é também um museu. Foi o quartel-general do homem que comandou as tropas do Eixo no Norte de África – Erwin Rommel, o mesmo que o Führer forçou ao suicídio. A Lucinda conta o que é possível explicar.
Mundo louco, também, o do futebol. A dois dias do famoso "fecho do mercado de transferências", há muitos treinadores à beira de um ataque de nervos. E há uma pressão para mudar as regras, que começa nas ilhas britânicas. A polémica e o balanço, feitos pelo Nuno Sousa.
Menos louco, mesmo que diferente, é a última reportagem da série Vidas Sustentáveis, que a Ana Cristina Pereira nos tem trazido no P2 Verão. Hoje é em casa da Elsa e do Miguel, onde não entra nada de origem animal: nem roupas, nem cosméticos, nem alimentos - nada. Mas por lá há de tudo: bola à transmontana, bola de Berlim, pastéis de nata. Como? Assim mesmo.
Hoje fico-me por aqui, na certeza de que nos voltaremos a encontrar por aqui - onde encontrará todas as notícias do dia.
Tenha um dia feliz, produtivo ou descansado (consoante a circunstância).
Até já!
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