O Facebook admitiu hoje ter partilhado dados de utilizadores com quatro empresas chinesas, incluindo o grupo de telecomunicações Huawei, que Washington considera uma ameaça à segurança nacional, agravando a pressão sobre a política de privacidade da empresa.
Os fabricantes chineses Huawei, Lenovo, OPPO e TCL estão entre as empresas com quem o grupo partilhou dados, de forma "controlada", admitiu o vice-presidente do grupo Francisco Varela, em comunicado.
A partilha fazia parte de um acordo entre o Facebook e os fabricantes para facilitar o acesso dos utilizadores aos serviços da rede social.
A nota surge após uma investigação do jornal The New York Times ter revelado que o Facebook estabeleceu acordos com 60 fabricantes de dispositivos móveis, que tiveram acesso, sem o consentimento explícito, a vários dados pessoais dos utilizadores, como religião, tendências políticas, amigos, eventos e estado civil.
O Huawei esteve sob investigação pelo Congresso dos Estados Unidos, que num relatório de 2012 considerou que a firma tem uma relação próxima com o Partido Comunista Chinês.
Agências governamentais e o exército norte-americano baniram recentemente telemóveis fabricados pela Huawei devido a questões de segurança.
"Queremos clarificar que toda a informação partilhada com o Huawei foi armazenada nos dispositivos e não nos servidores do Huawei", afirmou Varela.
Em abril passado, Zuckerberg esteve no Congresso norte-americano para testemunhar no caso que envolve a empresa Cambridge Analytica, que usou, indevidamente, dados de 87 milhões de utilizadores do Facebook.
Em maio, Zuckerberg foi ouvido no Parlamento Europeu e pediu desculpa pelo uso indevido de dados pessoais dos utilizadores.
A Huawei tem escritórios em Lisboa, onde conta também com um centro de inovação e experimentação.
Segundo a AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), desde 2004, a firma chinesa investiu 40 milhões de euros em Portugal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário