Consumo de antibióticos diminuiu nos hospitais e em ambulatório. |
O consumo de antibióticos em meio hospitalar baixou 4,96% entre 2013 e 2017, segundo dados divulgados ontem, dia 19 de novembro, pela Direção-Geral da Saúde (DGS), que revelam também uma descida do consumo destes medicamentos em ambulatório.
«O consumo global de antimicrobianos em meio hospitalar reduziu-se, entre 2013 e 2017, 4,96% [de 1,64 DHD (Doses Diárias Definidas por 1.000 habitantes) para 1,53DHD]», indicam os números da DGS. Esta baixa deve-se, essencialmente, à redução do consumo de antibióticos da classe das quinolonas (-29,58%) e aminoglicosídeos (-19,43%), refere o relatório anual do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA).
Relativamente aos consumos em ambulatório (os que ocorrem nos serviços de urgência, serviços de atendimento permanente, cuidados de saúde primários, cuidados continuados integrados e consultórios privados), o consumo baixou para 20,3 DHD em 2017, correspondendo assim de forma idêntica ao resultado obtido em 2014.
A diretora do PPCIRA, Maria do Rosário Rodrigues, afirmou que «os números estão a diminuir porque têm sido feitos esforços nesse sentido». Apontou como «pilares da área de controlo de infeção», os programas de apoio à prescrição de antibióticos na área dos hospitais e cuidados de saúde primários e as «precauções básicas de controlo de infeção» sobre as quais se tem vindo a insistir.
A bactéria «Staphylococcus aureus resistente à Meticilina» (MRSA), que provoca infeções muito difíceis de tratar, está «a diminuir paulatinamente», disse a responsável, explicando que esta bactéria provoca infeções da corrente sanguínea, infeções da pele e tecidos moles, pneumonias, infeções nos cuidados intensivos e neonatologia, «até porque este agente pode estar na pele».
Para a descida da MSRA, contribuíram as medidas conjuntas, a política de apoio de prescrição aos antibióticos, a insistência na higiene das mãos e das precauções básicas e a própria norma que saiu de rastreio e controlo da MRSA.
Já a bactéria «Klebsiella pneumoniae», que provoca pneumonias e infeções sanguíneas e do trato urinário, está em crescimento em Portugal e em outros países da Europa. Como razões para este aumento, apontou o uso elevado de antibióticos, que pode provocar mais resistências.
A prevenção destas infeções passa por medidas de controlo como o rastreio, a higiene do ambiente das unidades, a sinalização de doentes que surgem com infeções depois de terem sido tratados com antibióticos.
Fonte: Lusa
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