terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Ver bem, crescer melhor

Crianca651
Novo rastreio da ARSLVT avalia saúde visual das crianças.
A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) lançou esta quinta-feira, dia 15 de novembro, um novo rastreio de saúde visual infantil, que abrange os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) Oeste Norte e Oeste Sul e que será, progressivamente, alargado a toda a região a partir de 2019.
Este programa, intitulado «Ver bem, crescer melhor», consiste num exame simples aos olhos, que permite detetar precocemente alterações da visão. Todas as crianças inscritas no ACES Oeste Norte e Oeste Sul vão ser convidadas a fazer este rastreio no ano em que completam dois anos de idade, através de uma carta que receberão em casa.
Numa primeira fase o rastreio vai convocar cerca de 3.000 crianças dos dois ACES. Tanto a consulta como o teste de rastreio são gratuitos, dispensando pagamento de taxa moderadora.
«Este rastreio reforça a importância dos cuidados de saúde primários enquanto local privilegiado para a promoção da saúde e prevenção da doença. Com o Rastreio de Saúde Visual Infantil estamos a apostar na deteção precoce de problemas de visão, como estrabismo, miopia, hipermetropia e astigmatismo, proporcionando, sempre que necessário, o encaminhamento para uma consulta de oftalmologia num hospital», explica Eunice Carrapiço, médica de família e coordenadora da Equipa Regional dos Programas de Rastreio da ARSLVT. «A saúde visual é também é determinante no sucesso escolar», reforça a coordenadora.
O teste demora um a dois minutos e consiste na realização de uma fotografia aos olhos da criança, feita com uma tecnologia inovadora, rápida e indolor que permite identificar fatores de risco para a ambliopia (olho preguiçoso). A imagem é enviada para o centro de leitura do Instituto de Oftalmologia Doutor Gama Pinto, onde será analisado por um oftalmologista.
Se os testes realizados não apresentarem alterações de visão, a criança de dois anos regressa à lista de rastreios e voltará a ser convocada para um novo exame aos quatro anos. Se o oftalmologista detetar alterações, a criança será chamada para uma consulta de oftalmologia no hospital, onde será avaliada, feito o diagnóstico e, caso necessário, o tratamento.
A ambliopia é um problema de saúde pública, sendo considerada a causa mais frequente de perda de visão entre os 20 e os 70 anos de idade. Admite-se que a sua prevalência nos países desenvolvidos varia entre 1 e 5%. A morbilidade associada à ambliopia não se limita à diminuição da acuidade visual, mas inclui também prejuízo de outras capacidades da função visual com consequências definitivas na vida quotidiana.
A ambliopia instala-se desde idades precoces, muitas vezes de forma assintomática, já que as crianças não exibem sinais clínicos nem verbalizam queixas. Uma vez que a ambliopia é quase sempre unilateral, também não se observam alterações comportamentais capazes de fazer suspeitar da sua presença.

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