O discurso polémico, que explicava as orientações para a cultura no Brasil nos próximos dez anos, tornou-se viral e o Governo brasileiro não tardou em reagir.
O secretário brasileiro da Cultura do Governo de Jair Bolsonaro, Roberto Alvim, vai ser demitido, anunciou esta sexta-feira o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Ramos, que o tutela, em resultado de ter recorrido, num discurso, a uma frase aparentemente inspirada num discurso de Goebbels, o responsável pela propaganda da Alemanha nazi.
A informação está a ser avançada pela "Folha de São Paulo". O Palácio do Planalto já informou os líderes do Congresso da demissão do secretário Roberto Alvim.
Num discurso em que traçou as orientações do Governo brasileiro para a Cultura ao longo da próxima década, Alvim disse que "a arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada".
Nas redes sociais e na imprensa brasileira, rapidamente, foi destacada a coincidência entre essa frase e outra, atribuída a Goebbels: "A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada."
O secretário da Cultura tentou desdramatizar, dizendo que tudo não passava de uma coincidência semântica e sublinhando que o conteúdo da frase era exatamente o que ele queria transmitir.
Face à reação de muitas figuras políticas, do mundo da cultura e não só, no Brasil, o Governo optou por demitir Roberto Alvim, sendo que segundo a fonte do Governo citada pela "Folha de São Paulo" essa demissão deve ser anunciada em breve pelo porta-voz do Executivo.
com Filipe d´Avillez / RR
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