quarta-feira, 13 de julho de 2016

“TO BE, OR NOT TO BE” - (“SER, OU NÃO SER”)

“To be, or not to be”, este é um velho dilema que sempre se foi colocando a muito boa gente e também a muitos investigadores que se debruçaram sobre as relações humanas ao longo de séculos, desde novelistas (o próprio Shakespeare que descobriu o óbvio), a sociólogos, a antropólogos, a historiadores, ou mesmo a filósofos.

Por incrível que isso possa parecer, “to be, or not to be” faz hoje parte das questões correntes que em termos filosóficos, doutrinários e ideológicos, se colocam às pseudo-“esquerdas” radicais, em tempos bonançosos de capitalismo neoliberal e de suas ementas entre “choques” e “terapias”, em função dos interesses e conveniências de quem na realidade as instrumentaliza, aproveitando a sua capacidade para lançar a confusão, a ambiguidade e a manipulação, como um casamento “liberal”perfeito, entre camaleões e falcões (será que os filósofos-de-salão terão suas costelas “gay”?!)…

Vem isto a propósito em função das iniciativas dum confesso filósofo-de-salão que dá pelo nome de Carlos Pacheco, (desconheço a sua tarimba histórica pois acerca de Angola parece nem ter sequer referência daqueles que honestamente descreveram como era a escravidão e o colonialismo, muito menos do esclarecido, a título de exemplo, René Pélissier que define bem o que era Movimento de Libertação moderno e o que era etno-nacionalismo)!...

O filósofo-de-salão Carlos Pacheco está animado ao longo de sua vida dum espírito de missão:

- Desacreditar a legitimidade e a profundidade do Movimento de Libertação em África, desde as suas origens até às independências (e logo a seguir a elas), que tiveram de ser arrancadas por via dum longo, sangrento, conturbado e difícil processo de Luta Armada (aposta essa indexada sobretudo a Angola);

- Aproveitar-se da sequência irreversível do rumo de Angola (afinal na sequência lógica do Movimento de Libertação em África), agora construindo uma alargada plataforma de paz, para se tentar colar a Angola numa tentativa de alarde que chega à náusea de “independência intelectual”, mas de forma a, para além de aparentemente se demarcar das filosofias-de-salão das esquerdas radicais vulneráveis aos agenciamentos, sem escrúpulos em relação aos “timings” históricos, de forma ardilosa e insidiosa procurar de algum modo fazer confrontar os tempos de hoje com os tempos que estiveram nos seus caboucos, em última análise confrontar Agostinho Neto, com José Eduardo dos Santos (pasme-se a ousadia só possível num imaginário fértil e tão excessivamente masturbador deste tão corajoso filósofo-de-salão)!

“To be, or not to be”, atinge em época de terapia capitalista neoliberal a sua expressão mais refinada, jamais experimentada ou imaginada sequer pelo próprio autor da célebre interpretação teatral, ou poeta, Shakespeare nos seus tempos mais criativos!

Carlos Pacheco toda a vida viveu esse dilema-tornado-drama, que perdendo o comboio do rumo progressista de Angola lá atrás nos alicerces da pátria angolana, agora quer ter direito à 1ª classe que é oferecida pela paz que com tanto sacrifício, com tantas dificuldades e com tantos obstáculos, os angolanos procuram construir!

Pretende de certo modo distanciar-se de outros esquerdismo radicais ao jeito do Bloco de Esquerda, dum Agualusa feito ativista, dum Telmo Vaz Pereira que precisa de mercado para vender suas pinturas, dum mercenário da escrita como Rafael Marques de Morais, de algumas costelas de Samakuva, ou de Chivukuvuku, dos apaniguados e mentores do Bloco Democrático (será que ele está extinto?), ou duma estafada versão de “revolução colorida”, ou “primavera árabe”adaptada ao Trópico de Câncer!

De facto é mais um sinal, desta feita também dum certo desespero tendo em conta o desperdício que há com a proliferação das provocadoras apostas, de quem tem instrumentalizado tanta ambiguidade, tanta desonestidade mercenária, tanta alienação, tanta perversão, tanta subversão, tudo isso agora aplicado na tentativa de provocar algum terramoto no edifício que se ergue à medida que se afirma o rumo de Angola!

A Carlos Pacheco: perante a afirmação cada vez mais pujante do rumo de paz e renascimento de Angola e de todos aqueles que procuram enveredar pela paz em África, PELO QUE ANGOLA É,“not to be” será irremediavelmente o seu “destino” e o seu fim, sem ilusões e no lugar próprio dos mesmos filósofos-de-salão que projetam e se projetam em qualquer tipo de perverso radicalismo de esquerda, ao serviço duma tão antropofágica Nova Ordem Global!...

Fotos:
- Gene Sharp – filosofando a disseminação do caos;
- Alguns dos que pretendem “cercar Angola”, segundo a “filosofada” de Carlos Pacheco;
- O filósofo-de-salão que faltava.

A consular:

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