Só em 2046 é que será possível afirmar que todos os
portugueses sabem, pelo menos, ler e escrever. E, no que respeita à conclusão
“total” do ensino secundário, esta só será uma realidade daqui a 70 anos.
Em 1970, países tão diferentes como a Suécia, a
Alemanha, a Ucrânia, a Jamaica, a Lituânia ou a República Checa já asseguravam
a educação básica ou primária a todos os seus cidadãos. O nosso país só
atingirá esta meta em 2046.
Sim, leu bem. De acordo com as estimativas, Portugal
será o último país da Europa e da Ásia central a atingir a meta da educação
primária para todos, estabelecida nos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio
(ODM 2000-2015), com “apenas” 31 anos de atraso. O que significa que só nesta
data é que o país poderá garantir que a sua população tenha completado, pelo
menos, os primeiros quatro anos de escolaridade obrigatória (de acordo com os
últimos Censos de 2011, a taxa de portugueses que não sabe ler nem escrever
ascende aos 5,2%, ou a cerca de 500 mil cidadãos).
Este é apenas um dos preocupantes resultados que
figura no Relatório de Monitorização da Educação Global, publicado a 6 de
Setembro pela UNESCO, o organismo responsável pelo primeiro de um conjunto de
15, e que acompanhará os progressos, ou a sua ausência, da Educação integrada
nos novos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), muito maiores em
número e em ambição face aos seus antecessores.
No seguimento da publicação, pela UNESCO, do primeiro
Relatório de Monitorização da Educação Global, que acompanhará os progressos
desta no âmbito dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável, o VER traça os
principais resultados – chocantes, por sinal – de um mundo que não consegue
prover nem sequer a educação primária universal, quanto mais a secundária.
Fonte:rr.sapo.pt
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