sábado, 3 de dezembro de 2016

FUNCIONÁRIA AVISOU PILOTO DO AVIÃO DA CHAPECOENSE DE QUE TINHA POUCO COMBUSTÍVEL


 
Luis Eduardo Noriega A. / EPA / Lusa
Destroços do avião que caiu com a equipa de futebol do Chapecoense.
Destroços do avião que caiu com a equipa de futebol do Chapecoense.
Uma funcionária da administração de aeroportos da Bolívia alertou a companhia aérea Lamia de que o combustível no avião que se despenhou na terça-feira, na Colômbia, com a equipa de futebol brasileira Chapecoense, era insuficiente.
O avião partiu do aeroporto Viru Viru, de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e caiu a 17 quilómetros do aeroporto de Medellín, na Colômbia, na segunda-feira à noite, com 77 pessoas a bordo.
De acordo com o Jornal Hoje, da rede Globo, a funcionária da Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares de Navegação Aérea (Aasana) percebeu que no plano de voo que recebeu de um representante da Lamia o tempo de voo entre Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, e o aeroporto de Medellín, na Colômbia, era igual ao registado para a autonomia de combustível que tinha o avião (4h22 horas), acrescentando que isso era um erro.
O representante da Lamia, companhia aérea boliviana, respondeu que falou com o comandante do avião e que as informações estavam corretas e que conseguiriam chegar a tempo.
A funcionária insistiu, referindo no documento citado: “isso não está bem, consulte bem e altere o plano de voo”. Porém, o funcionário da Lamia respondeu: “faremos [o trajeto] em menos tempo, não se preocupe”.
De acordo com a televisão brasileira, a funcionária, que tinha autoridade para impedir o voo, foi agora afastada do cargo.
A Bolívia suspendeu entretanto, a licença da Lamia, que é especializada em voos charters.
O ministro das Obras Públicas boliviano, Milton Carlos, declarou que os responsáveis da autoridade do controlo aéreo do país tinham sido demitidos. A Justiça boliviana abriu um inquérito sobre a companhia aérea boliviana.
“O Governo pediu à DGAC (aviação civil) a suspensão da licença de operador aéreo (da Lamia) e um inquérito” sobre as diferentes licenças da companhia, proprietários e capitais, explicou o ministro.

Aviação Civil já confirmou falta de combustível

O secretário de Segurança de Aviação Civil (Aerocivil) da Colômbia, Fredy Bonilla, confirmou que “a aeronave não tinha combustível no momento do impacto e, por isso, foi aberto um processo de inquérito para determinar o motivo”.
Fredy Bonilla lembrou que as normas internacionais exigem que uma aeronave tenha combustível suficiente para cobrir a rota e possua uma reserva adicional para aterrar, se necessário, num aeroporto alternativo.
Antes de o avião cair, numa comunicação com a torre de controlo do aeroporto de Medellín, o piloto reportou uma “falha elétrica total” e falta de combustível.
No avião seguiam elementos da equipa de futebol Chapecoense, do Brasil, que ia disputar a primeira mão da final da Taça Sul-americana com os colombianos do Atlético Nacional, em Medellín.
Entre as 71 vítimas, estão 22 jogadores do clube brasileiro, 22 dirigentes, membros da equipa técnica e convidados, 22 jornalistas e nove tripulantes, tendo sobrevivido seis pessoas, três jogadores, dois tripulantes e um jornalista.
ZAP / Lusa

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