sábado, 3 de dezembro de 2016

JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS VAI DEIXAR A PRESIDÊNCIA DE ANGOLA


 
Pedro Parente / Lusa
O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos
O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos
O atual Presidente de Angola não vai ser candidato do MPLA nas eleições do próximo ano e deverá indicar como seu sucessor o ministro da Defesa.
José Eduardo dos Santos não se vai recandidatar às eleições do próximo ano em Angola, avança o Expresso esta quinta-feira.
É certo que o chefe de Estado angolano já anunciou mais do que uma vez essa intenção e depois voltou atrás mas, segundo o semanário, esta é a primeira vez que põe em documento escrito o nome do seu sucessor: o atual ministro da Defesa, João Lourenço.
Esta sexta-feira realiza-se a reunião do comité central do MPLA, onde as eleições e a sucessão de Eduardo dos Santos deverão ser os temas centrais.
Durante o discurso de abertura, o ainda Presidente não esclareceu se é, ou não, candidato mas afirmou que o objetivo é “ganhar as eleições com maioria qualificada ou no mínimo maioria absoluta”, acrescentando que, para isso, “o segredo estará na disciplina, na união e coesão de todos em torno dos nossos candidatos, quer no processo da campanha eleitoral quer no momento da votação”.
“Devemos trabalhar com o povo e para o povo, rumo à vitória. E celebrar condignamente o sexagésimo aniversário da fundação do MPLA, que se aproxima”, disse ainda o líder do partido.
Eduardo dos Santos, de 74 anos, sucedeu em 1979 ao primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto, mas já integrava o primeiro Governo depois do período colonial português, então como ministro das Relações Exteriores.
Em março deste ano, igualmente no discurso de abertura de uma reunião do Comité Central do MPLA, o angolano anunciou a intenção de deixar a vida política em 2018.
Contudo, já em agosto, acabaria por ser reeleito presidente do partido, sem nunca esclarecer em que moldes seria feita a anunciada transição ou sequer se pretendia concorrer às eleições de 2017.
João Lourenço já desempenhou funções de secretário-geral do MPLA e é tido “como um profundo conhecedor da aparelho partidário”, apurou o Expresso.
É discreto, goza da simpatia dos militares e pode restaurar a ordem e a disciplina e restituir credibilidade às instituições do Estado”, afirmou ao semanário um conselheiro presidencial.
ZAP / Lusa

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