A Easypay vai avançar com a instalação das suas caixas automáticas, sob a marca abypay, no segundo trimestre, naquela que vai ser a primeira concorrente portuguesa da rede Multibanco, e até dezembro arranca com operações em mais seis países.
"O plano em 2017 vai ser muito agressivo, com a disponibilização ao público da `app` [aplicação] abypay até ao final do primeiro trimestre e, no segundo trimestre, vamos entrar na rede de comerciantes e fazer a instalação das primeiras ATM [`automated teller machine`] em Portugal", adiantou o presidente da Easypay, Sebastião de Lencastre, à Lusa, especificando que na primeira fase vão ser instaladas cerca de 50 caixas automáticas.
Depois, no terceiro trimestre a abypay vai entrar em dois novos países e no último trimestre arranca com operações em quatro outros mercados, que o responsável não quis para já identificar, até porque ainda decorrerm as negociações com os investidores que vão suportar esta expansão, quer a nível doméstico, quer internacional.
"O investimento previsto para 2017 são 1,5 milhões de euros", especificou Sebastião de Lencastre, realçando que a abypay, 100% portuguesa, está a ser trabalhada há um ano e meio com o objetivo de ter um alcance global.
"Desenvolvemos uma solução única no mundo, revolucionária, que permite fazer transferências de dinheiro instantâneas, para qualquer parte do mundo e em qualquer moeda, em segundos e com um custo de poucos cêntimos", vincou o líder da Easypay, que é uma instituição de pagamento registada no Banco de Portugal.
A Easypay, empresa lançada no ano 2000 mas que só começou a operar sete anos depois devido às questões regulatórias, gere sistemas de pagamentos, tem atualmente 4.000 empresas clientes (como a EMEL, a Nestlé, a Renova, o Fitness Hut e a Unicef) e conta com 17 trabalhadores.
"Vamos ter que contratar mais colaboradores. Entre cinco a dez pessoas", indicou Sebastião de Lencastre, sublinhando que "por muita tecnologia que exista, as pessoas são sempre precisas".
Em 2016, a Easypay teve um volume de transações de 84 milhões de euros e um total de 3,1 milhões de transações, um crescimento significativo face aos dados de 2015 (64 milhões de euros em volume de transações e 2,1 milhões de transações).
Já o resultado líquido ascendeu a 125 mil euros em 2016 e a 94 mil euros no ano anterior, com Sebastião Lencastre a salientar o forte investimento feito para o lançamento da abypay.
"Tivemos uma taxa de crescimento de 45% em 2016 e foi o 10.º ano consecutivo de crescimento a dois dígitos", revelou, antecipando um crescimento de 80% em 2017.
"Somos um banco moderno e estamos lançados na terceira revolução do dinheiro", destacou o gestor, que antes de fundar a Easypay trabalhou na Unicre, empresa especializada na gestão e emissão de cartões de pagamento.
Através da abypay, a Easypay vai deter a primeira rede de ATM portuguesa concorrente da rede Multibanco, que é gerida pela SIBS.
De resto, Sebastião de Lencastre considerou que em Portugal "a SIBS e a Unicre são as maiores barreiras às `fintechs`", criticando ainda o posicionamento do Banco de Portugal sobre a evolução destas empresas especializadas nos pagamentos eletrónicos.
O responsável destacou também a importância que a presença da Easypay no `Web Summit` teve para a empresa, com a boa localização -- entre os `stands` da SIBS e do Facebook -- ajudou a conseguir 800 contactos de trabalho ao longo dos três dias em que durou o evento que trouxe em novembro de 2016 a Lisboa a maior feira de tecnologia do mundo.
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