Enquanto dormia...
62 mortos. Podem ser mais. A tragédia do fogo de Pedrógão Grande faz-se de números monstruosos e histórias assustadoras. E a contabilidade, tal como o incêndio, está longe de estar terminada. O fogo mais mortífero de sempre em Portugal deixou um rasto de dor. O Observador já está de novo em direto, neste liveblog, a seguir tudo o que se passa na zona dos incêndios. As últimas 36 horas ficaram relatadas aqui. Para já, isto é o que se sabe e o que ainda falta saber do inferno que deixou o país de luto e fez as capas dos jornais de todo o mundo.
Das últimas 32 horas, desde as primeiras notícias de sábado a esta manhã de segunda-feira, ficam os destaques da vasta cobertura do Observador:
- A reportagem arrepiante do Miguel Santos Carrapatoso na aldeia que perdeu pelo menos 11 dos seus 30 habitantes: "Encontrei dez corpos. Quatro ali, três lá em cima, outros dois ali. Não sei do meu filho..."
- As madrugadas que o João Francisco Gomes passou junto dos bombeiros e que relatou em a noite de terror em Figueiró dos Vinhos e "fomos mobilizados para o inferno".
- Ficam também as histórias inacreditáveis de dois sobreviventes que escaparam mergulhados num tanque e fugiram numa carrinha, os relatos de quem viveu para contar a tragédia e os nomes das primeiras vítimas,Bianca e Rodrigo, de 4 anos. Há também um piloto de um avião dos fogos que conta que nunca tinha visto nada assim.
- Da investigação fique a saber como a PJ encontrou a árvore queimada por um raio onde tudo começou, como trabalham as equipas no terreno e qual é o perigo das trovoadas secas (em Explicador).
- Há um processo já aberto pelo Ministério Público que entre outras coisas vai querer perceber porque voltou a falhar o polémico sistema de comunicações do SIRESP.
- A tragédia também se faz de imagens. Como as fotos da estrada da morte, onde em 300 metros morreram 47 pessoas. As das chamas da noite e das cinzas da manhã. E as de como a NASA viu o incêndio do espaço. Tem tudo neste vídeo da equipa multimédia do Observador.
- Dois políticos deram nas vistas no meio da tragédia: o autarca socialista de Pedrógão que já foi do PSD e o secretário de Estado que foi o rosto das piores notícias. E ao país ficaram as palavras de Marcelo.
- Pedrógão é uma das seis grandes tragédias da democracia portuguesa, o fogo mais mortífero em Portugal e um dos piores do mundo.
- Da onda de solidariedade com Pedrógão, na qual se destacou a iniciativa do treinador André Villas Boas e as muitas ajudas aos bombeiros que chegaram com atraso por causa do fogo.
- As nossas opiniões. Rui Ramos pergunta se "só há responsabilidade para as boas notícias?" porque "o vazio de liderança é óbvio". Helena Matos escreve que "os protagonistas do país-fantasia estão a viver o seu choque com a realidade e reagem com aquela espécie de alarve leviandade"; Alexandre Homem Cristo diz que "não é tempo de lançar acusações. Mas a última coisa que podemos aceitar é que, apagadas as chamas, o tempo passe e se instale o silêncio".
(O Observador está no terreno com os jornalistas Miguel Santos Carrapatoso, Tiago Palma e João Francisco Gomes e os repórteres de imagem e vídeo João Porfírio, Júlio Lobo Pimentel e André Casinhas, apoiados por toda a redacção)
Outra informação
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Notícia ainda para a proposta que o Governo apresenta hoje aos sindicatos para regularizar os 100 mil precários.
Três notas internacionais:
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Em Espanha, o reeleito Pedro Sánchez afastou todos os barões do PSOE dos órgãos directivos.
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- Alberto Gonçalves escreve sobre o caso da sobrinha de Carlos César em "Aos Césares o que é dos Césares": "Por azar, o cepticismo de alguns acha a dádiva uma exibição de “cunhas” e descaramento, e coloca os parentes de Carlos literalmente na lama".
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O dia vai continuar a ser marcado pela tragédia de Pedrógão Grande. No Observador terá as notícias, as reportagens e as histórias que contam
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