A organização não-governamental China Labor Watch (CLW) apelou a Ivanka Trump, filha do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que ajude na libertação de três ativistas detidos na China, mas não obteve qualquer resposta.
Os três homens foram detidos enquanto investigavam as condições laborais numa empresa que fabrica sapatos para a marca de Ivanka Trump e são acusados da venda de segredos industriais para o exterior.
"Estamos muito dececionados por não termos recebido uma resposta sua", afirmou o diretor da ONG, Li Qiang, num comunicado difundido na quinta-feira, juntamente com uma cópia da carta endereçada à filha de Donald Trump.
A organização, que nos últimos 17 anos tem investigado as condições de trabalho nos fornecedores chineses de algumas das empresas mais conhecidas a nível mundial, explicou que os ativistas Li Zhao, Su Heng e Hua Haifeng estão detidos e incontactáveis desde finais de maio.
Na carta é referido que esta é a primeira vez que os investigadores da organização enfrentam acusações criminais, uma situação que estará relacionada com o facto de as fábricas produzirem para a marca de Ivanka Trump.
"Apreciaríamos que usasse a sua influência para pedir a libertação dos nossos investigadores", lê-se na missiva.
Li Qiang apelou ainda a Ivanka Trump para que excerça pressão, no sentido de "melhorar as condições de trabalho nas fábricas ligadas à sua marca".
A mulher de um dos detidos publicou na quinta-feira uma carta, que foi rapidamente censurada nas redes sociais chinesas, em que denuncia ter sido alvo de interrogatórios de até quatro horas, ameaças e perseguições.
"Sinto-me aterrorizada, assustada, preocupada e desamparada", lamentou a mulher, que revelou encontrar-se numa situação de quase prisão domiciliaria, com a polícia a vigiar as imediações da sua casa.
Lusa
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