sexta-feira, 16 de junho de 2017

Eu, Psicóloga: Ser escolhido por último para o time afeta o emocional de adolescentes

Segundo o autor do estudo, a prática acaba com a confiança dos estudantes, e faz com que eles se sintam excluídos.


Uma pesquisa feita na Universidade de Brigham Young, nos Estados Unidos, com alunos do primeiro ano do ensino médio mostra aquilo que muitos já suspeitavam: ser escolhido por último na aula de Educação Física pode ter profundos impactos emocionais nos jovens estudantes.

O estudo, publicado no periódico The Physical Educator ( Clique aqui ), propõe uma alternativa ao clássico método de escolha pública de times — aquela em que o professor ou os próprios alunos selecionam em voz alta aqueles que entram ou não na equipe.

Segundo o autor do artigo, David Barney, apesar da atitude não interferir no jogo em si, ela acaba magoando desnecessariamente os alunos. Ele afirma que a maioria das respostas dos garotos entrevistados para a pesquisa indicava que eles não gostavam do formato, mas como os professores queriam fazer assim, eles acabavam aceitando.

"Você pode escolher os times para um jogo de basquete e em dois dias ninguém irá se lembrar quem ganhou. Mas [as crianças] irão se lembrar de como se sentiram, elas se lembram de que foram escolhidas por último", explica Barney.

Para o professor, uma medida muito mais efetiva e saudável é fazer a escolha de forma privada. Ou seja, os times são escolhidos antecipadamente pelo professor de Educação Física, e só são anunciados na hora de jogar a partida.

Barney acredita que dessa forma os alunos não se sentem excluídos, aumentam o círculo de amizades e ainda por cima é uma economia de tempo. Os estudantes, portanto, não avaliariam seu sucesso com base no tempo que demoram para serem escolhidos, e sim no progresso pessoal.

O professor também estimula a utilização de música durante as atividades. Em outra pesquisa, ele mostra que alunos entre nove e dez anos aproveitam quase seis vezes mais a aula quando há música tocando. Barney agora está investigando adultos fisicamente ativos para ver exatamente o que os motivou a continuar praticando esportes.

Debora Oliveira

Nenhum comentário:

Postar um comentário