terça-feira, 17 de maio de 2016

360º - A longa estagnação de Portugal e o economista que quer mudar o capitalismo

360º

Por Miguel Pinheiro, Diretor Executivo
Bom dia!
Enquanto dormiaMario Draghi deu razão a Vítor Constâncio. O presidente do BCE escreveu uma carta ao parlamento português a argumentar que o seu vice não é obrigado a prestar declarações na comissão de inquérito ao Banif. Aliás, nem ele nem Danièle Nouy, presidente do Mecanismo Único de Supervisão e do Conselho Único de Supervisão da instituição europeia. Nouy, de resto, está hoje em Lisboa para participar numa conferência sobre banca, que o Observador vai seguir de perto ao longo do dia.

A Venezuela está a caminho do caos a rápida velocidade.Para tentar evitar o pior, esta semana, conta o El Pais, vai chegar a Caracas um grupo de mediadores internacionais que inclui o ex-primeiro ministro espanhol José Luis Zapatero.

O prémio literário Man Booker International foi para The Vegetarian, da escritora sul-coreana Han Kang - o livro élançado este ano em Portugal. José Eduardo Agualusa era um dos finalistas, com Teoria Geral do Esquecimento.

Informação relevantePortugal está a viver numa "longa estagnação". É um problema que Fernando Alexandre, Luís Aguiar-Conraria e Pedro Bação identificam no livro Crise e Castigo: Os desequilíbrios e o resgate da economia portuguesa, editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos e com pré-publicação no Observador. Eis um excerto: "O fraco crescimento registado desde o início do século XXI, que designamos por longa estagnação, é o mais grave problema estrutural da economia portuguesa. Todos os problemas que nos têm afectado – do desemprego elevado aos baixos salários, das dificuldades em conter o aumento da despesa pública e os défices orçamentais à sustentabilidade da Segurança Social, passando por todos os constrangimentos impostos às famílias e às empresas pelo elevado endividamento – seriam mais facilmente ultrapassados com o crescimento da economia. Mas, com o advento do novo milénio, a economia portuguesa estagnou." Como é que chegámos aqui? E como é que saímos daqui? São duas boas perguntas a que se tenta dar resposta.

Afinal, não é só para as zonas que fazem fronteira com Espanha: o Governo vai alargar os  descontos no gasóleo para as transportadoras de mercadorias a todo o país. Além disso, essas empresas pagarão menos portagens nas ex- SCUT. No final do encontro com o Governo, ficou a saber-se que as empresas do sector deram (naturalmente) "todo o seu acordo" a estas medidas.

O Banco de Portugal quer pagar ao Estado apenas 186,3 milhões de euros em dividendos relativos ao resultado das operações do banco central em 2015. Primeiro problema: esse valor é o mais baixo desde 2011. Segundo problema: esse valor fica mais de 60 milhões abaixo daquilo que o Governo disse à Comissão Europeia que esperava receber. Estamos, portanto, perante um buraco.

Guntram Wolff, presidente do influente think tank Bruegel, diz em entrevista ao Negócios que, em Bruxelas, "Portugal está fora do radar, com excepção da banca".

Foi uma notícia do Observador: António Vitorino e Luís Campos e Cunha, ambos ex-ministros de governos PS, vão entrar no conselho de administração do Santander Totta, como independentes. A assembleia geral do banco é a 31 de maio.

Ramalho Eanes foi homenageado num evento que marcou o início das comemorações das primeiras eleições presidenciais em democracia e deixou uma frase de efeito: é necessário “politizar os cidadãos desde a infância”.

O Tribunal da Relação de Lisboa confirmou a decisão de condenar João Rendeiro e outros administradores do BPP a pagarem multas e coimas que chegam aos 8 milhões de euros. Só a de Rendeiro atinge os 1,5 milhões. É uma notícia do Luís Rosa.

O Governo decidiu que não vai recorrer de uma sentença do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem e pretende mesmo pagar uma indemnização à mãe que perdeu a guarda dos sete filhos em maio de 2012. Liliana Melo receberá 15 mil eurospor danos morais.

Os festejos do Benfica prolongaram-se pelo dia de ontem. A equipa foi recebida na Câmara de Lisboa. Na vitória, Luís Filipe Pereira decidiu ser magnânimo. Primeiro, felicitou o adversário mais direto: “Quanto melhor for a concorrência, melhor para todos. Parabéns ao Sporting, a todos os seus adeptos e sócios. Devem ter orgulho pelo que fizeram e pelo que nos obrigaram a fazer". Depois, apelou ao fim dos confrontos verbais permanentes: "Se a isto pudermos retirar o campeonato das palavras e insinuações todos teremos a ganhar”.

Os nossos Especiais

Christian Felber é um professor de economia austríaco com ideias provocadoras. Quer transformar o capitalismo e orientar a economia para o bem comum.Para ele, o dinheiro não pode ser o objetivo - tem de ser apenas um meio. São só palavras, palavras, palavras? Nem por isso. Felber, que esteve em Portugal a convite da Fundação Calouste Gulbenkian para participar na conferência Os Direitos Humanos e os Desafios do Século XXI, explicou ao Nuno André Martins quejá há duas mil empresas em dez países que aderiram aos seus princípios.



Notícias surpreendentes

Gregório Duvivier, que pertence ao grupo Porta dos Fundos, está novamente em Portugal, desta vez com a peça "Uma Noite na Lua". O humorista esteve na redação do Observador e aceitou comentar em vídeo uma lista de palavras. O resultado foi este.

São 12 fotos nunca vistas da Europa depois da Segunda Guerra Mundial. A agência  Magnum Photos disponibilizou as imagens, que pode ver aqui, na semana em que passaram 71 anos da rendição alemã.

Não é da Magnum Photos, mas é a fotografia mais popular de sempre no Instagram.
 Não retrata uma guerra, nem um conflito - é a imagem dos cantores Justin Bieber e Selena Gomez a darem um beijo. É assim a vida.

Mais fotografia: o crítico do Observador Humberto Brito já viu o novo livro de Robert Adams, um dos mais importantes fotógrafos americanos. Chama-se Around the Housee reúne as imagens de uma exposição que esteve recentemente em São Francisco. A obra merece cinco estrelas.

Imagine um doce. Imagine que esse doce é um éclair. Imagine que esse éclair tem recheio de chantili. Imagine que esse éclair com recheio a chantili tem sotaque do Porto. E imagine que esse éclair com recheio a chantili e sotaque do Porto está em Lisboa. OK, chega de suspense: a quase centenária Leitaria do Paço, que tem a sua loja original na Baixa do Porto, vai abrir em Lisboa e traz consigo os famosos (adivinhe lá...) éclairs com recheio de chantili. Todos os detalhes estão aqui.

Hoje vai ser um dia cheio na política (com muitas audições no Parlamento, que vão do ministro das Finanças ao da Cultura), na economia (com uma grande conferência sobre banca) e no desporto (com o anúncio dos convocados por Fernando Santos para o Euro). Ou seja, é um dia em que deve passar várias vezes aqui pelo Observador.
Até já
Mais pessoas vão gostar da 360º. Partilhe:
no Facebook no Twitter por e-mail
Leia as últimas
em observador.pt
Observador
©2015 Observador On Time, S.A.
Rua Luz Soriano, n. 67, Lisboa

Nenhum comentário:

Postar um comentário