A revista Visão viu-se obrigada a publicar na íntegra o texto de Fernanda Câncio, depois das críticas da jornalista pela forma como foi tratado o artigo onde fala do que sabia sobre o dinheiro e a vida de José Sócrates.
CASO JOSÉ SÓCRATES
A publicação divulgou, esta segunda-feira, o texto de Fernando Câncio em versão integral, sem acrescentar qualquer tipo de esclarecimento, tratando-se evidentemente de uma reacção às críticas que a jornalista fez a partir do blogue jugular.
Fernanda Câncio resolveu contar o que sabe sobre José Sócrates, num artigo de nove páginas na revista Visão, pretendendo com isso responder ao Correio da Manhã, que vem implicando a jornalista na Operação Marquês, nomeadamente citando várias escutas telefónicas do tempo em que namorava com o ex-primeiro-ministro e tentando intervir no processo de forma a que esta fosse constituída arguida.
No entanto, o tratamento que a Visão deu ao seu texto mereceu-lhe fortes críticas, nomeadamente falando em “abuso” e “falta de respeito” pelo título escolhido para a capa – “Sócrates, o caso Marquês e eu” -, que garante ter vetado.
A jornalista diz que foi ela que contactou a Visão, com o intuito de publicar a sua versão dos factos, perante o envolvimento do seu nome no processo por parte do Correio da Manhã, e nota que impôs “condições: ou era publicado como estava ou não era de todo”.
Assim, lamenta a forma como a Visão explorou o assunto, salientando que a revista “não faz uma única referência ao Correio da Manhã nas peças que fez sobre o texto”.
“A Visão não se limita a querer vender revistas, todas as que conseguir, à conta de um texto que lhe ofereci; quer vender-me a mim e à minha dignidade“, atira.
Fernanda Câncio vinca que o seu artigo visa defender-se das “calúnias lançadas pelo Correio da Manhã e restantes publicações da Cofina, expondo os métodos desses média e a perversidade do sistema judicial”.
“Não se trata de um texto sobre Sócrates, e muito menos de um texto sobre Sócrates e eu”, constata, garantindo que não é com aquilo que escreve que “vão perceber ‘como José Sócrates se relacionava com o mundo e com o dinheiro’”.
A percepção dos leitores pode não ser bem essa. Por exemplo, num artigo de opiniãono semanário Sol, Vítor Rainho afirma que o que mais ressalta do texto da jornalista é que “dezenas de artigos dos jornais não tinham conseguido “enterrar” tanto Sócrates” como este texto de Fernanda Câncio.
A jornalista escreve que “se fizesse ideia da relação pecuniária entre Carlos Santos Silva e José Sócrates teria feito perguntas por considerar a situação, no mínimo, eticamente reprovável”.
SV, ZAP
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