terça-feira, 17 de maio de 2016

Ministro da cultura na apresentação de “Índias”

Romance de João Morgado ganhou Prémio Literário Alçada Baptista

«É um escritor de livros inovadores e reveladores da nossa história», disse o Ministro da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes, referindo-se a João Morgado, durante a cerimónia de apresentação do livro «ÍNDIAS», obra vencedora do Prémio Literário António Alçada Baptista.

A cerimónia decorreu no simbólico Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, sábado, dia 15 de Maio, com organização da Câmara Municipal da Covilhã, entidade que instituiu o prémio.

Num tom coloquial, o Ministro da Cultura aproveitou para falar da sua experiência pessoal como embaixador na Índia e, com algum humor, dirigiu-se mesmo aos actores que tinham encenado “O Julgamento de Gama”*, dizendo: “D. Manuel I, Majestade, sem querer influenciar o seu veredicto, eu conheci o Samorim de Calicute… e sei o que se escreve e se ensina sobre Gama, o que por lá se diz de bem e de mal…”.

O escritor Sérgio Luís de Carvalho apresentou o livro, sublinhando que «ÍNDIAS» apresenta ”um surpreendente rigor histórico” e o autor um “estilo muito próprio, que nos remete para as narrativas Fernão Lopes, o grande cronista, mas no ritmo e na estética do romance moderno”

Ausente por razões profissionais, Guilherme d’Oliveira Martins, do Centro Nacional de Cultura, gravou um testemunho em vídeo, onde descreveu o Prémio Literário como uma iniciativa da maior relevância.

“Reconhecimento a partir da memória de alguém que não pode nem deve ser esquecido. Cidadão empenhado que contribuiu decisivamente para lançar as bases da democracia em Portugal. Este prémio literário é uma homenagem legítima e uma recordação de António Alçada Baptista.”

Luís Filipe de Castro Mendes deixou também umas palavras sobre António Alçada Baptista. O ministro, que conheceu pessoalmente, apresentando-o como “um homem que vivia ironicamente, um homem com um grande prazer de viver. Desejava ouvir, pensar e construir pontes”.

O Presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Vítor Pereira, agradeceu às cerca de 100 pessoas presentes no auditório do Padrão dos Descobrimentos e fez a apresentação da segunda edição do Prémio.


No final houve ainda oportunidade para assistir a um filme de homenagem a António Alçada Baptista, com imagens que têm início na Covilhã de 1927 e que resumem a história, vida e obra deste escritor covilhanense, que dá nome ao Prémio Literário.

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