PCP
e BE levam esta quinta à discussão diplomas que propõe a reposição das
freguesias extintas por PSD e CDS-PP. Socialistas esperam que "haja
acolhimento" para que o debate continue na especialidade.
"Somos
absolutamente contra a reforma que foi feita, que foi uma imposição e uma
reforma a régua e esquadro, mas também não podemos fazer regredir tudo em
simultâneo. Portanto, se estamos contra a reforma anterior, não podemos estar a
favor de uma contrarreforma", disse Renato Sampaio, no final de uma
reunião do grupo parlamentar do PS, na qual participou o ministro Adjunto,
Eduardo Cabrita.
O
Parlamento discute, esta quinta-feira, depois de um agendamento do PCP, dois
projetos de lei, do PCP e do BE - que propõem a reposição imediata das
freguesias extintas -, e ainda um projeto de resolução presentado pelo PS, que
recomenda ao governo que faça uma avaliação da reforma feita, em 2013, pelo
Governo PSD/CDS-PP.
Para
o PS não há dúvidas, é preciso fazer uma avaliação do processo conduzido pelo
anterior Governo, mas os socialistas deixam claro que não querem apressar uma
reversão e defendem que a discussão sobre a matéria deve continuar na
especialidade.
"Nós
admitimos essa posição", disse Renato Sampaio, coordenador da bancada do
PS na Comissão de Descentralização e Poder Local, depois de questionado sobre
se os socialistas admitem que os diplomas de bloquistas e comunistas baixem à
comissão sem serem votados.
E
acrescentou: "Espero que haja acolhimento por parte dos outros partidos
nessa nossa posição. Eu acho que eles são sensíveis aos nossos argumentos. Nada
ficará como está, mas tem de ser feito com cabeça tronco e membros, de forma
que não se discuta em todas as legislaturas o mapa das freguesias".
Em
maio, o Executivo anunciou a criação de um grupo de trabalho com a Associação
Nacional de Freguesias e a Associação Nacional de Municípios, para avaliar a
reorganização administrativa das freguesias, num prazo de 180 dias.
Renato
Sampaio defende que é preciso esperar pela conclusão dos trabalhos e só depois
avançar para mudanças à lei: "Nós não podemos pedir a entidades externas à
Assembleia da República que deem o seu contributo e depois anteciparmo-nos aos
contributos que elas possam dar".
"Uma
reforma com este alcance tem de possuir uma elevada consistência, tendo como
base um amplo consenso político e social. Queremos uma reforma sustentável e
para tal exige-se estabilidade de políticas", concluiu o deputado e
coordenador do PS na Comissão de Poder Local.
Sem
apoio do PS para a reversão imediata da reforma feita pelo anterior Governo, os
projetos de PCP e BE devem baixar à comissão, sem votação em plenário, para
serem discutidos na especialidade.
Sobre
esta matéria, o Governo, à semelhança do que é defendido no diploma apresentado
pelo PS, considera que a avaliação das freguesias só deve ser feita depois das
eleições autárquicas de 2017.
Fonte:
tsf
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