Pequim, 26 jul (Lusa) - A agência Lusa e
a versão digital do maior jornal chinês, o Diário do Povo, assinaram hoje, em
Pequim, um acordo de cooperação que prevê o intercâmbio noticioso e a
realização de trabalhos conjuntos.
A assinatura decorreu no âmbito de um
fórum promovido pelo Diário do Povo, em torno da iniciativa chinesa "Uma
Faixa e Uma Rota".
Com esta iniciativa, divulgada em 2013
pelo Presidente chinês, Xi Jinping, Pequim propõe um plano de infraestruturas
que pretende reativar a antiga Rota da Seda entre a China e a Europa através da
Ásia Central, África e sudeste Asiático.
Este plano, que inclui a construção de
uma malha ferroviária de alta velocidade entre a China e a Europa, vai abranger
65 países e 4,4 mil milhões de pessoas - cerca de 60% da população mundial,
segundo Pequim.
O referido fórum, que se realiza até
quarta-feira na capital chinesa, conta com responsáveis de órgãos de
comunicação de países dos sete continentes, desde do Brasil à Rússia.
A presidente do Conselho de
Administração da Lusa, Teresa Marques, que participou numa mesa de discussão
com representantes da Alemanha, China, Espanha, Paquistão, Quénia e Rússia,
frisou a ligação da agência aos países e regiões lusófonos.
"O nosso contributo pôde ser
informar sobre a iniciativa Uma Faixa e Uma Rota nos países onde estamos
presentes, que é não só Portugal, mas também em África e, inclusive, também na
Ásia", frisou.
E lembrou a posição geográfica de
Portugal, que "pôde ser visto como estando na ponta da Europa, ou como a
porta de entrada para a Europa".
O debate decorreu na sede do Diário do
Povo, um edifício envidraçado de 33 andares, construído de raiz no moderno e
cosmopolita CBD (Central Business District) de Pequim.
Publicado pela primeira vez em 1948, o
Diário do Povo tem uma tiragem diária de 3,3 milhões de cópias e é o órgão
oficial do Partido Comunista da China.
Não é o único órgão estatal chinês, mas
logo junto à receção confirma-se o seu estatuto singular: cinco fotografias
exibem os homens que lideraram a China, desde 1949, a ler atentamente o jornal.
Mao Zedong, o fundador da República
Popular que dirigiu o país ao longo de 27 anos, e os seus sucessores - Deng
Xiaoping, Jiang Zemin, Hu Jintao e Xi Jinping - estão lá todos.
Desde o ano passado tem um portal em
língua portuguesa, que conta, atualmente, com seis jornalistas, entre os quais
um português e um brasileiro.
A assinatura do acordo de cooperação
assinado hoje em Pequim surge depois de no início de junho o mesmo acordo ter
sido assinado em Lisboa no âmbito de uma visita do presidente do Diário do
Povo, Yang Zhenwu, e do embaixador chinês, Cai Run, à agência Lusa.
Na altura, na intervenção que proferiu,
Yang Zhenwu sublinhou que este é o primeiro acordo do Diário do Povo com a
agência noticiosa portuguesa, fundamental para "melhorar a cooperação e
desenvolver as relações bilaterais" entre os dois países.
JOYP (EJ) // VC
Publicada por TIMOR AGORA
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