Luiz António Marçal Correia de Oliveira, comumente chamado “Engenheiro Marçal” ou apenas “Correia de Oliveira”, faleceu com 82 anos, no dia 27 de Julho de 2016, após doença prolongada, no CHUC. Solteiro, deixa uma irmã, Isabel Marçal, três sobrinhos e duas sobrinhas-netas.
O seu funeral realiza-se hoje (28 de Julho), pelas 18h00, saindo da Capela de Santo António, no Outeiro, freguesia da Carapinheira, onde se encontra em câmara ardente, para jazigo de família, no cemitério local.
Luiz António nasceu no Alhastro, freguesia da Carapinheira, concelho de Montemor-o-Velho, no dia 9 de Março de 1934, filho de Moisés Correia de Oliveira, industrial de transportes colectivos de passageiros, e de D. Maria Adília Marçal Pessoa. Fez os seus estudos primários na Carapinheira, com apoio da sua avó materna D. Hermínia Augusta Oliveira Braz, professora de instrução primária, passando, depois, a frequentar as Universidades de Coimbra e Porto, licenciando-se em Engenharia Mecânica e tendo feito o inerente estágio em Paris.
Enquanto estudante foi um efusivo cultor do fado de Coimbra, dando voz a muitas letras poéticas em diferentes tertúlias e serenatas, destacando-se também como director do Orfeon Académico de Coimbra e colaborando com todos os organismos académicos da época.
Na década de 1960, rumou a Lisboa para integrar, durante largos anos, os quadros da renomada empresa UTIC (União de Transportadores, Importação e Comércio), da qual a empresa de seu pai – Moisés Correia de Oliveira, Lda.- era societária. Com o avançar da idade de seu pai, regressa à terra natal para colaborar na gerência da empresa, onde imprimiu, pelos seus acumulados conhecimentos, uma mais inovadora e dinâmica gestão empresarial. Na qualidade de sócio-gerente da empresa foi dirigente da Antram.
Falecido o seu pai, em 1991, Luiz Marçal e sua irmã Isabel Marçal tornam-se sócios-gerentes da empresa até Dezembro de 1996, data em que esta é vendida a um consórcio ligado aos transportes de passageiros, constituído pelos engenheiros Albertino Reis e Sousa, José Marques Pinto e Pires Caldeira, cuja gerência foi outorgada aos dois primeiros associados.
Na sua vida cívica e social, com denodado altruísmo, bairrismo e dedicação à terra que o viu nascer, Luiz Marçal foi sócio fundador do Clube Desportivo Carapinheirense e da LACAM-Liga dos Amigos dos Campos do Mondego, tendo sido Presidente da Assembleia Geral das duas colectividades; presidente da Direcção da Lacam e Director do Museu do Campo, recentemente denominado Museu Luiz Correia de Oliveira; estimulou a criação a criação da Tuna da Lacam, do Grutela e do espaço EnteAdas, colaborando e ajudando muitas iniciativas de carácter local, de preservação e divulgação do património cultural.
Foi membro da 1.ª Camara Municipal de Montemor-o-Velho eleita nas primeiras eleições livres e democratas após a revolução de Abril de 1974, e também foi Presidente da Assembleia de Freguesia da Carapinheira.
Liderou, acompanhado do então presidente da Junta de Freguesia, Joaquim da Fonseca, todo o processo para a instalação na Carapinheira da Escola Preparatória e foi o autor da proposta histórica de elevação da povoação da Carapinheira a Vila, apresentada na Assembleia da República por deputados do CDS e aprovada, por unanimidade, em sessão plenária em 13 de Julho de 1990.
Foi também representante da Liga dos Amigos da Fundação Bissaya Barreto, no concelho de Montemor-o-Velho, tendo impulsionado a criação do Jardim de Infância Leonor Anjos Diniz, na Carapinheira, tutelado pela Fundação Bissaya Barreto. Dinamizou a instalação na Carapinheira da Caixa de Crédito Agrícola, do Banco e da Feira Mensal, construindo, com a colaboração da Junta e Comissão de Festas de Nossa Senhora das Dores, o auditório no ex-Largo da Feira (actualmente Parque Nossa Senhora das Dores) que hoje já não existe, mas no qual actuaram excelentes grupos de animação popular e artistas de renome e foi palco da festa comemorativa da elevação a vila, em Outubro de 1990.
Foi ainda vice-presidente do Centro Paroquial Social da Carapinheira e membro do Conselho de Curadores da Delegação da Cruz Vermelha Portuguesa da Carapinheira.
Recentemente, por proposta da Lacam e de um Grupo de Mães, apoiou a colocação de um monumento escultórico, no Parque Nossa Senhora das Dores, com permissão da Câmara Municipal, homenageando o seu amigo Dr. Santos Bessa, e assistiu, no dia 15 de Maio último, ao descerramento da placa toponímica Moisés Correia de Oliveira, nome de seu pai (1904-1991 – industrial e benemérito) que dá nome a um arruamento na freguesia da Carapinheira. (AA).