As alterações climáticas por causa do aquecimento global vão ter efeitos nefastos para toda a humanidade, mas num futuro planeta mais quente e com menos precipitação os mosquitos vão ter a vida dura e encontrarão mais dificuldades para proliferarem.
Esta é a boa notícia que sai de uma nova pesquisa, publicada pela revista Nature, que se centrou nos impactos do aquecimento global e das alterações climáticas na propagação da malária na África Ocidental.
Os investigadores partiram de dados da queda de chuva entre 1970 e 2005 para construírem modelos de previsão de precipitação para o período de 2070 a 2100, reporta o site Humanosphere.
Partindo do princípio que a passada do aquecimento global vai continuar ao ritmo presente, chegaram então, ao cálculo das zonas da África Ocidental que vão viver alterações em termos de queda de pluviosidade e concluíram que na África oriental haverá um declínio de chuva, o que ajudará a reduzir o número de mosquitos e, consequentemente, a malária.
Nas zonas centrais e ocidentais do continente, poderá verificar-se mais chuva, mas a doença manter-se-á estável, apontam os investigadores.
Estes dados contrastam com os apresentados recentemente por outro estudo, que previu que o risco de malária, em termos globais, aumentará entre 2050 e 2080, especialmente nas zonas de África onde a doença já está mais implantada, em partes da América do Sul e no sudeste asiático.
Outra investigação, realizada pela Universidade do Estado do Texas (UET), nos EUA, e publicada naEnvironment International, revela que as alterações climáticas, seja envolvendo aumento de temperaturas, seja implicando mais chuva, podem ter um efeito dominó que pode aumentar ou diminuir os riscos associados às doenças infecciosas.
“Neste momento, há tanta incerteza que é difícil prever e prevenir surtos”, nota a professora Yongmei Lu, do Departamento de Geografia da UET, que esteve envolvida neste estudo, em declarações citadas pela Elsevier.
“As mudanças na temperatura, na precipitação, vento e sol podem ter todas um impacto – directo ou indirecto, através do ambiente – nos agentes patogénicos, nos hospedeiros e na transmissão“, explica por seu turno o professor Bing Xu, da Universidade Tsinghua, na China.
“Precisamos de ser mais pro-activos quando toca a entender o que está a acontecer para travar a propagação destas doenças”, conclui Bing Xu quando uma previsão da ONU aponta que as temperaturas elevadas vão tornar impossível trabalhar em certas partes do globo.
A situação sócio-económica de populações que já enfrentam condições de pobreza evidente pode assim, complicar-se ainda mais com o aquecimento global, o que é um factor de risco sempre a considerar no capítulo das transmissões de doenças infecciosas e na propagação de vírus.
ZAP
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