A imagem de uma criança de cinco anos
ferida num bombardeamento a Alepo, sentada sozinha numa ambulância, coberta de
pó, ferida e desorientada, pôs hoje em destaque o sofrimento dos 1,5 milhões de
civis sitiados na cidade síria.
O rapaz da imagem, divulgada pelo grupo
de ativistas antiregime Alepo Media Center, foi identificado como Omran
Daqneesh, de cinco anos, vítima de um bombardeamento na quarta-feira à noite
contra o bairro de Qaterji, controlado pelos rebeldes.
A imagem é um fotograma retirado de um
vídeo, publicado na internet pela organização, que já foi visto por cerca de
100.000 pessoas, partilhado por milhares e publicado pela generalidade da
imprensa internacional.
Segundo a ONU, há um mês que não entra
qualquer ajuda humanitária na cidade, a segunda maior da Síria, no noroeste do
país, centro dos combates entre as forças do regime e os grupos rebeldes e
'jihadistas'.
O enviado especial da ONU para a Síria,
Staffan de Mistura, insistiu hoje na urgência de uma trégua de 48 horas para
deixar entrar "ajuda vital" em Alepo e, em protesto, suspendeu uma
reunião de um grupo de trabalho sobre o acesso humanitário na Síria que juntou
hoje em Genebra representantes de 20 países.
"Suspendi a reunião como símbolo do
nosso profundo descontentamento pelo facto de, devido à ausência de uma trégua,
a ajuda não estar a chegar à Síria", disse de Mistura à imprensa.
"Não faz sentido manter estas
reuniões se não houver ação humanitária na Síria. Amanhã (sexta-feira) comemora-se
o Dia Mundial da Ação Humanitária e só vemos combates, ofensivas,
contraofensivas, mísseis, barris-bomba, atiradores furtivos, gases tóxicos e
bombardeamentos", lamentou.
O enviado especial repetiu o pedido de
uma trégua de pelo menos 48 horas: "Pedimos uma pausa (nos combates) de
pelo menos 48 horas, insistimos nisto para fazer algo que seja minimamente
significativo para Alepo. Estamos preparados para agir", disse.
Lusa
Foto: AMC
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