Domingos Ferreira, militante e ex-funcionário do PS, faturou, nos últimos anos, cerca de um milhão de euros com a realização de contratos entre as várias empresas que detém e o Estado – normalmente, quando o partido socialista está no poder.
Segundo uma consulta feita pelo Público ao Portal Base – onde são registados todos os contratos do Estado – seis das 17 empresas de que Domingos Ferreira é sócio tiveram contratos no valor de um milhão de euros, dos quais 117 mil foram pagos por António Costa.
A ligação de Domingos Ferreira ao Partido Socialista já dura há quatro décadas – primeiro no Porto, depois em Lisboa.
Em 1979 filiou-se no PS e, no ano seguinte, era já funcionário dos quadros do partido e ajudava a montar as campanhas e a angariar fundos.
Cerca de 19 anos depois, Domingos Ferreira fundou a AEDIS – Assessoria e Estudos de Imagem, para formalizar o trabalho de organização de eventos que realizava para o partido, e através da qual faturou com contratos com o Governo Socialista.
Ou seja, o PS privatizou a atividade de organização de eventos.
Em 2009, a AEDIS terá cobrado 16.916,67 euros pelo aluguer de “equipamento de som e iluminação da tomada de posse dos eleitos locais pelo município de Lisboa” e, dois meses depois, recebeu – do Governo Civil de Lisboa, liderado pelo socialista António Galamba – mais 16.725 euros por fornecer equipamento na cerimónia de entrega de viaturas à PSP e à GNR.
Somando 34.640 euros do evento de Apresentação do Programa Simplex 2016, a empresa faturou 68.281 euros.
À semelhança da AEDIS, realça o Público, várias outras empresas de Domingos Ferreira também lucraram através de contratos assinados.
A Grandevento cobrou 25 mil euros na tomada de posse de António Costa, em Lisboa, pelo serviço de “registo e projeção de imagem”, 75 mil euros pela montagem de som e luz nas comemorações do centenário da República e 73.600 euros pelo aluguer de tendas para o Congresso do Presunto – recebendo do Estado um total de 279 mil euros.
A empresa Servicepack, que fornece audiovisuais e equipamentos informáticos, realizou 20 contratos de 372 mil euros, faturando mais de 52.300 euros.
Também a Sino-AZ, uma empresa de publicidade e design, recebeu 14.600 euros pela elaboração do spot televisivo de apelo ao voto do PS, e lucrou 37.090 euros por serviços publicitários para a Agência para a Modernização e Qualidade do Serviço ao Cidadão, nos Açores.
Todas estas empresas têm trabalhado com o Estado quando o PS está no poder – quase sempre por ajusto direto.
Enquanto isso, também de acordo com o Público, o Partido Socialista ignora os avisos do Tribunal de Contas sobre os contratos milionários entregues, em campanhas sucessivas, ao antigo funcionário, Domingos Ferreira.
BZR, ZAP
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