Espaço Comportamento
I
– Um capítulo especial, importante e relativamente recente, da Psicopatologia
Criminal, é o do estudo do grande grupo dos psicopatas, cujo estudo patológico
é de natureza sexual.
II
– A psicopatia sexual é a sexualidade
anormal ou, melhor, a satisfação anormal dos instintos sexuais realizada com
perversidade que, neste caso, recebe o nome de perversidade sexual.
A
satisfação normal do instinto sexual é posta em prática por duas pessoas de
sexo diverso e pela união das partes genitais seguida de coito. Qualquer outra
forma por que se satisfaça o apetite sexual é anormal e como pervertidas são
consideradas as pessoas que se entregam a estes modos pervertidos de satisfação
sexual, às quais a psicopatologia, denomina psicopatas sexuais, e que praticam,
portanto, a perversidade sexual ou a perversão sexual. Para a realização da
primeira praticam-se, em geral, actos abomináveis, na da última observam-se
fenómenos mórbidos congénitos.
III
– O estudo especial das psicopatias e dos psicopatas sexuais, tem um extenso
âmbito, e deu lugar a um novo ramo das ciências que o DR. Rohleder, de Leipzig,
designou por Sexologia, e que, pela denominação do Prof. Saldana é «a
enciclopédia das ciências do sexo». Divide-se em várias partes muito
importantes: Sexologia Biológica ou a biologia dos sexos; Sexologia Psíquica,
ou psicologia da vida sexual; Sexologia Sociológica ou Sociologia sexual;
Pedagogia sexual, Ética Sexual, Direito das relações sexuais, Criminologia
sexual, Psiquiatria sexual, Arte sexual ou seja a Sexologia estética, Politica
sexual ou Sexologia legislativa e Filologia sexual.
Para
discutir cientificamente os graves e vastos problemas da Sexologia, lançou-se
mão de vários meio. Assim, organizou-se, sob a direcção dos conhecidos
sexólogos, Augusto Forel, Henrique Havelok Elis, Magnus Hirschfeld, a Liga
Mundial para a reforma sexual que promoveu já vários Congressos Internacionais.
Completam este movimento científico, diversas Revistas e Bibliotecas para as
ciências sexuais, editadas, especialmente, na Alemanha, onde está à testa deste
movimento científico o Prof. Dr. Hirschfeld. Também, em Berlim, funciona um
Instituto de Ciências Sexuais.
IV
– O número dos psicopatas sexuais é avultado e interessando grande parte deles
sobremaneira à Psicopatologia criminal e à justiça criminal.
Estão
neste caso os fenómenos psicopatológicos sexuais da homossexualidade ou
uranismo, a sodomia (bestialidade), o fetichismo, o exibicionismo, o
masoquismo, o sadismo, a necrofilia e o onanismo.
V
– O problema sexual com ele o dos fenómenos da psicopatologia sexual tem, como
bem o salientou Forel, uma importância especial para a justiça criminal, não só
em virtude dos delitos sexuais considerados no sentido mais estrito (estupro,
bestialidade, sadismo, masoquismo, fetichismo, etc.) mais ainda pelas suas
relações indirectas, com outros como por exemplo, o sadismo com o homicídio por
prazer, o fetichismo com o homicídio, furto, roubo e ofensas corporais, etc.
Estudemos,
em seguida, os problemas psicopáticos sexuais, do interesse para a justiça
criminal.
*Dr.
Ladislau Thot, Transcrito do Livro Psicopatologia Criminal. O próximo artigo é
sobre A Homossexualidade.
Condensado por J. Carlos
Condensado por J. Carlos
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