A campanha para as sétimas eleições autárquicas em Cabo Verde arranca às zero horas de quinta-feira, numa disputa em que apenas o partido no poder concorre oficialmente em todos os 22 municípios.
O Movimento para a Democracia (MPD, no poder e que detém 14 das 22 câmaras) é o único partido que concorre em todos os 22 municípios cabo-verdianos para as eleições autárquicas marcadas para 04 de setembro.
O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, maior partido da oposição e com 08 câmaras) concorre oficialmente em 21 municípios e apoia um candidato independente na ilha do Maio.
No MpD, de onde na capital cabo-verdiana saiu em janeiro o atual primeiro-ministro, o destaque vai para a candidatura de Óscar Santos, número dois de Ulisses Correia e Silva, líder do partido, e que assumiu a autarquia praiense quando este saiu para chefiar o Executivo.
O partido no poder tem como objetivo voltar a vencer as eleições autárquicas em Cabo Verde, tal como aconteceu há quatro anos.
Já o PAICV, liderado por Janira Hopffer Almada e que apoia também a candidatura de três ex-ministros do anterior Governo: Cristina Fontes Lima (Praia), Démis Lobo Almeida (Sal) e Leonesa Fortes (Ribeira Grande de Santo Antão), traçou como objetivo a conquista da maioria das câmaras municipais do arquipélago.
Uma das disputas mais renhidas será na Praia, o maior município e capital do país, onde Óscar Santos vai ter como principal concorrente a ex-ministra Cristina Fontes Lima, que pretende devolver a autarquia ao PAICV, após oito anos de governação sob a liderança do MpD.
A União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, terceiro partido no país e com três assentos no parlamento), concorre na Praia, Maio, Ribeira Grande e Paul (Santo Antão), Sal e São Vicente, onde o líder do partido, António Monteiro, será candidato pela quarta vez seguida.
Nos partidos sem assento parlamentar, apenas o Partido Popular (PP) concorre em dois municípios (Praia e Calheta de São Miguel), enquanto o Partido do Trabalho e da Solidariedade (PTS) concorre na Praia e o Partido Social Democrata (PSD) entra na corrida no Sal.
Há ainda algumas candidaturas independentes que saíram do seio dos dois maiores partidos, como é o caso de Luís Pires, em São Filipe (Fogo), que avançou porque o PAICV, que o apoiou há quatro anos, decidiu voltar a depositar a confiança em Eugénio Veiga, que tinha sido preterido em 2012.
Na ilha da Boavista, o deputado José Luís Santos também avançou como independente, ao afirmar que conquistou 40% das intenções de voto numa sondagem realizada pelo MpD, partido que voltou a apoiar José Pinto Almeida.
Há ainda candidaturas independentes de Pedro Centeio nos Mosteiros (Fogo) e de Pedro Morais na Ribeira Brava de São Nicolau.
As autárquicas dão continuidade ao ciclo de eleições este ano em Cabo Verde, depois das legislativas em março último e das presidenciais marcadas para 02 de outubro próximo.
Estas serão as sétimas eleições autárquicas no país em 25 anos de municipalismo, depois de 1991, 1996, 2000, 2004, 2008 e 2012.
A campanha eleitoral prossegue até o dia 02 de setembro, dois dias antes da eleição.
RYPE // EL - Lusa
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