quinta-feira, 18 de agosto de 2016

MIAMI ESTÁ A SER PULVERIZADA COM PRODUTO TÓXICO PARA COMBATER O ZIKA


 
Cientistas afirmam que o inseticida que está a ser libertado em Miami, para combater o vírus Zika, apresenta um “risco potencial inaceitável” para a saúde humana e para o meio ambiente.
Desde a descoberta, há duas semanas, do primeiro surto de Zika autóctone nos Estados Unidos, uma aeronave tem sobrevoado o norte de Miami, na Florida, para pulverizar Naled, um produto químico que mata o mosquito transportador do vírus – Aedes Aegypti.
A população da cidade já protestou contra a utilização do químico, depois de vários cientistas terem vindo a público alertar que o pesticida em questão pode ter efeitos perigosos na saúde pública.
Segundo cientistas ambientais citados pelo New Times, o Naled afeta o sistema respiratório e pode estar associado à leucemia infantil, apesar de a Agência de Proteção Ambiental do EUA afirmar que o químico é seguro se for pulverizado em pequenas doses.
O Naled faz parte dos pesticidas chamados “organofosforados”, ligados a vários problemas de desenvolvimento e neurológicos em fetos e recém-nascidos, confirmou um estudo realizado pela Universidade Emory.
O químico foi proibido na União Europeia, em 2012, por representar um “risco inaceitável” para os seres humanos e para o ambiente.
“Se não é seguro para a Europa, por que seria seguro para Miami?”, questiona Michelle Harriott, diretora científica da ONG Beyond Pesticides, sediada em Washington.
A página da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos explica que “é improvável que as pessoas respirem ou toquem em algo que tenha inseticida suficiente para causar danos” mas que “a exposição direta não deve ocorrer”.
Jennifer Sass, cientista do Conselho de Defesa dos Recursos Nacional, em Washington, pede à população que, nos dias de pulverização, fechem as janelas e desliguem os aparelhos de ar condicionado e que, de seguida, limpem qualquer artigo que possa ter entrado em contacto com o pesticida.
Além de ser prejudicial para os humanos, os cientistas sublinham que o produto químico é tóxico para as abelhas, borboletas, peixes e outros organismos aquáticos.
BZR, ZAP

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