Cristina Peres, jornalista do Expresso, tira e serve o Curto da cafeína. Hum, está muito bom. Até apetece beber outro, cremoso como o primeiro.
Na espuma do detergente para lavar a chávena aproveitemos para lavar mais umas quantas coisas e coisos. O Ban Ki Moon, esse aluado de olhos rasgados e a fazer-se à mulheres para secretárias-gerais da ONU, para substitui-lo na função. Sim, porque não uma mulher em secretária-geral da ONU? Decerto que será muito melhor, mais competente, menos rastejante que o Ban ki anda na lua. Para ele prevaleceu a sujeição aos países anglófonos. O seu desempenho foi um desfile desastroso, para esquecer. É capaz de ser complexo que data dos anos 40 e tal, temente que os anglófonos larguem mais umas quantas bombinhas nucleares e lhe estraguem a casa, o país, e contribuam para a desertificação do Japão por morrerem largos milhares na hora e milhões durante anos e anos. É desagradável falar nisto mas queremos arranjar uma desculpa para o Ban ter sido tão serviçal, tão mordomo, dos anglófonos, principalmente dos EUA, e dos do Reino Unido – Austrália e etc. O melhor é confirmar se não há nas mulheres candidatas a secretária-geral da ONU tipas anglófonas. Se houver é de apostar que o Ban está a abrir-lhes caminho por ordem dos deuses anglófonos que ele adula e serve. Já sabem que na ONU irá mandar(?) uma anglófona. Ele há coisas…
Com esta saída do Ban Ki Moon quem ficou a arder foi António Guterres. Evidentemente que é o mais competente, mais indicado, mais tudo. Tem provado. O problema é que Guterres usa coluna vertebral que se dobra como todas as colunas vertebrais mas não se curva ao ponto de rastejar, como o Ban. E qual será das senhoras que vencerá o pleito pronta a rastejar aos “bosses”, ali, de traseiro para o ar, a dizer yes, yes, yes, yes… oooh, yeeeesssss?!
Mudando de posição, aliás, de assunto. Bombeiros com comportamentos incendiários, na Madeira. O melhor é ler no link que a jornalista que tira o Expresso Curto faz constar. Adiantemos que o bombeiro casou-se. Era um casamento e o foguetório voou apesar de estar recomendado publicamente que era proibido lançar foguetes para evitar mais dos fogos monstruosos que levou vidas madeirenses, casas e floresta. Lá vai foguetes! Disse o noivo bombeiro, o chefe dos bombeiros, também presente no casório, aplaudiu. Decerto que havia por ali mais colegas bombeiros a acompanhar os noivos. Também eles ergueram os copos e bradaram: viva o foguetório!
Bombeiros incendiários, na Madeira. Aconteceu após a quase catástrofe dos fogos na ilha que era um paraíso e virou inferno num ápice. Há muitos madeirenses a dizerem. “Pró caraças, seus bombeiros de merda!”
E vá lá. Agarre-se virtualmente ao Expresso Curto da Cristina Peres. Uma senhora jornalista.
Boa praia. Mesmo para aqueles que não têm outro sítio onde dormir e são sem abrigo veraneantes. Julgam que não há desses? Reparem bem nos que os rodeiam e nas trouxas que uns quantos têm junto a si, nas praias… e por aí.
À laia dos madeirenses também podemos dizer: “Mas que sociedade e país de merda!
Tome nota: O PG não pega nem numa simples frase que envolva os olímpicos do Brasil de Temer e da máfia golpista que usurpou os poderes da República. O COI e o dito mundo ocidental, livre(?), devia ter vergonha. Por nós é boicote assumido, em protesto pelo Golpe político-justicialista no Brasil.
Fernando Silva / PG
Bom dia, este é o seu Expresso Curto
Cristina Peres – Expresso
Não há vencedores!
Desde ontem que a Rússia começou a usar a base iraniana de Hamadan como ponto de partida para os ataques aéreos ao Daesh, o que é visto como um avanço considerável na colaboração entre os dois aliados do Presidente sírio, Bashar al-Assad. O ministro da Defesa russo, citado por meios de comunicação estatais, declarou que um número não especificado de aviões russos, incluindo bombardeiros táticos Sukhoi-34 e de longo alcance Tupolev-22M3, descolaram de Hamadan, cidade situada na parte ocidental do Irão,para atacar posições do Daesh perto de Alepo.
Foram os primeiros “ataques aéreos concentrados” contra alvos na Síria para os quais Moscovo forneceu poder aéreo enquanto o Irão e os xiitas libaneses do Hezbollah enviaram conselheiros e efetivos em apoio das forças do Governo. “Vamos pôr as nossas instalações ao serviço da Rússia na sua guerra contra o terrorismo”, terá declarado o responsável pelo Concelho Supremo de Segurança Nacional, cita o Wall Street Journal. A mudança de estratégia para uma aliança aberta pressupõe as ambições da Rússia para a região. Para já, o Iraque autorizou a utilização do seu espaço aéreo para ser sobrevoado pelos russos de caminho entre o Irão e a Síria. Veja aqui as imagens da Al Jazeera.
Segundo a RT, os ataques eliminaram cinco depósitos de armas dos terroristas e instalações de treino na área-alvo, bem como três postos de comando e “um número significativo” de terroristas. Desde a Revolução Islâmica de 1979 que o Irão não era usado como base de lançamento de forças de uma grande potência.
Apesar de o alvo dos ataques serem terroristas, a CNN cita Washington dizendo que a maior parte dos disparos têm atingido os combatentes apoiados pelos Estados Unidos. Quem tomar Alepo tem grandes hipóteses de vencer esta guerra e todas as partes envolvidas o sabem.
Desta vez, pelo menos 19 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas. Veja aqui as declarações da correspondente de guerra Clarissa Ward ao Conselho de Segurança das Nações Unidas: “Não há vencedores em Alepo”.
Foram os primeiros “ataques aéreos concentrados” contra alvos na Síria para os quais Moscovo forneceu poder aéreo enquanto o Irão e os xiitas libaneses do Hezbollah enviaram conselheiros e efetivos em apoio das forças do Governo. “Vamos pôr as nossas instalações ao serviço da Rússia na sua guerra contra o terrorismo”, terá declarado o responsável pelo Concelho Supremo de Segurança Nacional, cita o Wall Street Journal. A mudança de estratégia para uma aliança aberta pressupõe as ambições da Rússia para a região. Para já, o Iraque autorizou a utilização do seu espaço aéreo para ser sobrevoado pelos russos de caminho entre o Irão e a Síria. Veja aqui as imagens da Al Jazeera.
Segundo a RT, os ataques eliminaram cinco depósitos de armas dos terroristas e instalações de treino na área-alvo, bem como três postos de comando e “um número significativo” de terroristas. Desde a Revolução Islâmica de 1979 que o Irão não era usado como base de lançamento de forças de uma grande potência.
Apesar de o alvo dos ataques serem terroristas, a CNN cita Washington dizendo que a maior parte dos disparos têm atingido os combatentes apoiados pelos Estados Unidos. Quem tomar Alepo tem grandes hipóteses de vencer esta guerra e todas as partes envolvidas o sabem.
Desta vez, pelo menos 19 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas. Veja aqui as declarações da correspondente de guerra Clarissa Ward ao Conselho de Segurança das Nações Unidas: “Não há vencedores em Alepo”.
OUTRAS NOTÍCIAS
Os Jogos Olímpicos vão seguindo com 60 recordes batidos e as expectativas de medalhas do público português manifestamente frustradas. O Ricardo Costa analisa aqui o fenómeno, defendendo que há lugares para festejar fora do pódio. O Rui Bragança bem que pode ainda hoje inverter a tendência no taekwondo e juntar mais um troféu aos mais de 60 que ganhou em dez anos, como aqui descrevea Alexandra Simões Abreu. Évora foi o melhor europeu no triplo salto e passou os 17 metros pela primeira vez, ficando em 6º lugar. Pimenta ficou em 5º lugar.
Aung San Suu Kyi chega hoje a Pequim, a primeira diplomata de Myanmar a visitar a China desde as eleições de novembro passado. Espera-a uma passadeira vermelha por ter passado a China à frente dos Estados Unidos e da Índia. Da lista de assuntos fazem parte os territórios em disputa e os seus conterrâneos refugiados na China. O país anfitrião ficará contente por voltar a ganhar a influência que já teve no Myanmar.
A NASA mediu e nós todos sentimos: julho de 2016 foi o mês mais quente desde que há registos. Dados semelhantes foram recolhidos pela Noaa, a Administração Nacional Oceanográfica e Atmosférica dos Estados Unidos, provando que cada um dos últimos 14 meses bateu o recorde das temperaturas mais altas de sempre.
Os primeiros números pós-Brexit mostram que a inflação no Reino Unido aumentou 0,6% no mês de julho, o valor mais alto dos últimos 20 meses. O menor poder de compra da libra esterlina pós-desvalorização começa a fazer-se em bens de consumo que incluem combustíveis, bebidas alcoólicas, hotéis e restaurantes. A libra desvalorizou 10% relativamente ao dólar e tem a cotação mais baixa de três anos em relação ao euro. Espera-se uma contração de -0.1% e potencial volatilidade da inflação.
O economista Joseph Steglitz, escreve a Quartz , defende que não nos devemos surpreender com isso. No seu novo livro “The Euro: How a Common Currency Threatens the Future of Europe”, Stiglitz, prémio Nobel da economia 2001 e ex-líder do concelho económico da Casa Branca da administração Clinton, analisa a política económica transnacional que impôs a austeridade e que, pelos vistos, correu muito mal.
Caso ache que o Brexit não levanta questões ou que já é favas contadas, recordo esta peça do New York Times sobre o futuro da fronteira do Reino Unido com… a Europa. Fronteira com quem? Com a Irlanda!
Bruce Dickinson é desde ontem famoso não só por ser vocalista dos Iron Maiden, mas por ter pilotado o primeiro voo de ensaio de passageiros da Air Djibouti dos últimos… 14 anos! O vocalista é dono da companhia que gere a Air Djibouti, que deixou de ter voos regulares há 12 anos, como conta aqui a traveleisure.com. O Espresso, diário digital da revista The Economist, lembra que oGana, a Nigéria, a Zâmbia e o Uganda estão também a tentar ressuscitar as suas companhias aéreas, o que seria bom para todos - negócio e passageiros -, dados os preços altos ainda praticados no continente e a quantidade de rotas que ainda são obrigadas a passar pela Europa. A liberalização dos céus em apenas 12 países (entre 54) acrescentaria 81% de mais passageiros, 155 mil novos empregos e um aumento do PIB da ordem dos €1,2 mil milhões.
#ThisFlag é o nome do movimento para a mudança no Zimbabwe que começou com este vídeo publicado no Facebook e cuja dimensão aumenta de dia para dia. Figuras de relevo têm vindo a prestar declarações (alguns exilados, a partir da África do Sul) e a apoiar as reivindicações dos cidadãos do Zimbabwe. Os millennialssão os grandes propulsores do movimento, mas há marchas onde a população em geral se manifesta, que têm sido reprimidas pela polícia. A palavra de ordem é clara - “Chega!” - e o movimento é percebido e promovido pelos zimbabweanos com “o princípio de qualquer coisa que não vai parar”. Leia aqui o que reporta o jornal sul-africano Mail&Guardian.
Irresistível este editorial do New York Times sobre o discurso de Donald Trump sobre política externa, incluindo a guerra ao terrorismo, com o qual tentou esta semana relançar a sua campanha… e não conseguiu. Além deste, a primeira página deste grande diário tinha outras quatro histórias sobre Trump, não ficando atrás da Vox, cujos principais destaques estavam reservados ao empresário-candidato e seus desaires. As presidenciais nos EUAvão ganhando espaço nos media norte-americanos à medida das cartadas estratégicas dos candidatos. Leia aqui a explicação do plano de Trump para sujeitar os imigrantes a “testes ideológicos”.
Compreender as motivações por trás da fuga de cidadãos iraquianos, o facto de se dirigirem à Europa e porque é que muitos regressaram depois ao Iraque é o objetivo de dois relatórios que acabam de ser lançados pela Organização Internacional das Migrações. Os resultados desta consulta levada a cabo entre abril e maio deste ano pelos peritos da OIM junto de requerentes de asilo iraquianos podem ajudar a perceber como intervir no seu país, tentando evitar que tenham de fugir. Pelo menos é o que esperam. Até agora, fogem da violência, escolhem a Europa por uma expectativa de segurança e os que regressam, vão desiludidos com o tempo que leva e a dificuldade burocrática dos processos de candidatura a asilo. Pormenores através do link.
Por cá, ficámos a saber que o poder de compra aumentou para alguns, como explica o Miguel Prado. O rendimento médio de quem trabalha por conta de outrem subiu nos últimos dois anos acima da inflação e o fosso salarial entre homens e mulheres esbateu-se. O pós-Troika em Portugal.
E ficámos irritados com o apoio explícito de Ban Ki-moon a uma mulher para lhe suceder como secretário-geral das Nações Unidas. Como tem o DN em manchete, não é para menos, dado o belíssimo desempenho de António Guterres no processo de escolha a decorrer ainda. O ministro português dos Negócios Estrangeiros lembrou ao DN que não é da competência do sul-coreano escolher o seu sucessor.
Hoje é dia de festa para todos os acólitos porque começa o Festival de Paredes de Coura. Consulte aqui o que o espera e leia aqui o que a Lia Pereira lhe conta sobre o que esperar.
Os incêndios em Portugal ainda ocupam dezenas de minutos dos noticiários. Ainda não há números de áreas ardidas definitivos. A Madeira vai recuperando, difícil será o apoio às pessoas que perderam as suas casas sem ajuda do Governo de Lisboa, dizem. De boca aberta deixou-nos o casamento em Câmara de Lobos que quebrou a proibição de lançar fogo de artifício. Não é por nada: o noivo era bombeiro e o chefe foi à festa!
FRASES
”Não quero falar do pior cenário - as conversações com a Europa vão continuar, mas é claro que ou adotamos todos os tratados ao mesmo tempo ou nós pomo-los de lado”, Mevlut Cavusoglu, ministro dos Negócios Estrangeiros turco ao tabloide alemão Bild a propósito dos vistos de entrada na Europa que os turcos exigem a partir de outubro em troca da contenção da entrada de migrantes na UE
“Se os media nojentos e corruptos me cobrissem honestamente e não atribuíssem falsos significados às minhas palavras eu estaria a bater a Hillary por 20%”, Donald Trump, tweet do candidato republicano à Casa Branca
“Na água, esquece-se qual é o país de onde vimos. Somos nadadores”, Yusra Mardini, nadadora da equipa olímpica de refugiados.
“Virar a página da austeridade não significa governar sem rigor e se exigência, fora de um quadro de restrições”, Mário Centeno, ministro das Finanças ao Económico
O QUE ANDO A LER
A contrariar a leveza que a época inspira, recomendo vivamente mais um long read daqueles que só deixarão indiferente quem não o ler. Fractured Lands: How the Arabe World Came Apart é um trabalho definitivo do New York Times escrito por Scott Anderson e com fotografias de Paolo Pellegrin sobre a derrocada daquela região, o mundo árabe, desde a invasão do Iraque, há 13 anos. O texto está dividido em seis partes: o início, a guerra no Iraque, primavera árabe, a subida do Daesh e o êxodo. Dezoito meses de investigação e um formato de feature tão anormal até para o NYT que o chief editor, Jake Silverstein, se justifica deste modo: “Não tem precedentes concentrarmos tanta energia e atenção numa só história e pedir aos nossos leitores que façam o mesmo. Não o faríamos se não estivéssemos convencidos de que o que se segue é uma das explicações mais claras, poderosas e humanas daquilo que correu mal na região que alguma vez poderá ler.” Quem somos nós para duvidar? Eu não deixaria de ler por nada desta vida!
E por hoje é tudo, a leitura é de fôlego. Deixo-o com as notícias que o site do Expresso atualiza em permanência até ao lançamento do Diário, uns minutos antes das 18h. Passe uma grande terceira quarta-feira de agosto. Amanhã terá aqui o Pedro Santos Guerreiro acabado de chegar de férias.
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