Está a arder a nossa Pátria!...
Ano após ano, se pensa e repensa, se
projetam e idealizam planos de intervenção, se retiram brilhantes conclusões,
se fazem estudos de intervenção. Mas no ano seguinte nada foi feito e os
estudos continusm!
Mas aos nossos Bombeiros, esses homens
grandes, pouco lhes interessa os estudos dos governos, as conclusões, os benefícios
que o Estado não lhes dá ou lhes retirou, o risco que correm no exercício da
sua missão.
Ao toque da sirene, de noite ou de dia,
dizem sempre e bem alto: “Presente!”.
Estes são os nossos “bravos”, sempre
prontos para o “combate pela paz”, em defesa do povo e da pátria, esquecendo a
própria vida.
Todos os anos somos confrontados com
esta desgraça, que queima vidas, queima património, queima a floresta e reduz
Portugal a cinzas. E os Bombeiros?
São heróis para todos os políticos,
desde Presidente da República, primeiro ministro, líderes parlamentares. Todos
reconhecem o valor, o trabalho, a dedicação e o amor a esta nobre causa
humanitária.
Mas, amigos, o fogo não se apaga com
palavras de compaixão e de agradecimento, é preciso veículos de combate a
incêndios, homens bem equipados e com formação para se obter uma resposta
rápida e eficaz no combate às chamas. E assim se vai vivendo, ano após ano, em
que as palavras voam com o fumo e a página dramática onde os acontecimentos
foram descritos no diário dos vossos políticos arde, infelizmente. Para o ano
haverá outros incêndios e os mesmos bombeiros lá estarão para os apagar, porque
os bombeiros não fazem greve, não recusam serviços, nunca dizem “não”, são uma
força viva da sociedade civil, sempre disponível.
Esta é a hora das Direções de Bombeiros
Voluntários se unirem e dizerem bem alto ao Estado Português: “Basta!”.
Chegou a hora de reclamar um apoio
estatal com transferências mensais, à semelhança das Freguesias ou dos
Municípios deste país. Os Bombeiros não podem depender da roleta dos fundos
comunitários para adquirir viaturas.
Este é o momento do poder político
reconhecer efetivamente que os Bombeiros são importantes neste país e irão ter
apoio, não só com palavras, mas com atos.
As palavras são como o fumo: leva-as o
vento!
Viva os Bombeiros de Portugal.
Adérito Machado
Presidente da Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários de Cantanhede
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