terça-feira, 16 de agosto de 2016

Turismo de Portugal aponta “indicadores muito positivos” no setor até junho

O Turismo de Portugal apontou hoje "indicadores muito positivos" no comportamento do setor até junho, com "crescimentos de dois dígitos", antecipando um reforço destes números na época alta, nomeadamente nos proveitos e rendimento por quarto.

"Com base nos dados que temos até maio estamos a falar de crescimentos de dois dígitos: 10,4% de aumento nos hóspedes, 11,3% nas dormidas e 14,5% do RevPAR (valor da diária média), que é um dado importantíssimo para nós", afirmou o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, em declarações à agência Lusa.
No dia em que o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga dados sobre a evolução da atividade turística até junho, Luís Araújo diz acreditar que esta subida "se vai manter e, talvez, até acentuar um bocadinho mais" no período em curso, já que "na época alta, a partir de maio/junho, se começam a aumentar tarifas, principalmente nas áreas mais turísticas como o Algarve, Madeira, Lisboa e Porto".
"Estes são indicadores muito positivos, não só porque estamos a atrair mais turistas, mas principalmente melhores turistas, porque a evolução dos proveitos e do RevPAR significa que estamos a conseguir ganhar mais para a economia do país, como se pretende", afirmou.
Convicto de que se perspetiva "um verão muito bom", o presidente do Turismo de Portugal refere alguns dados já disponíveis relativamente a junho que apontam um crescimento homólogo mensal de 3,8 pontos percentuais na taxa de ocupação/cama, para 62,8%, e de 4,9 pontos percentuais na taxa de ocupação quarto, para 77,3%.
"Há uma evolução muito positiva em todos os aspetos, com um crescimento de indicadores em todos os campos, mas também um crescimento da oferta de qualidade, na prestação de serviço, no conhecimento do turista e dos mercados e com uma diversificação de mercados que é importantíssima para o nosso país", sustentou Luís Araújo.
Para o responsável, este comportamento "tem muito a ver com o posicionamento de Portugal e da promoção do país e com a evolução que os operadores e hoteleiros portugueses tiveram nos últimos anos, que é um 'case study' a nível mundial". "O que é preciso agora é saber manter a sustentabilidade do destino", acrescentou.
Relativamente à atividade registada nos últimas semanas, o Turismo de Portugal diz ter vindo a receber dos operadores e hoteleiros indicações de que "o verão está a correr muito bem, com muita procura, nomeadamente pelas zonas mais turísticas e por regiões que não são tão conhecidas, como o Alentejo, o Centro e os Açores".
"E, mais importante do que isso, é saber se a expectativa das pessoas é atendida nesta época mais alta, de pico, e as respostas estão a ser positivas. Os turistas gostam, não tem havido constrangimentos e o tempo tem ajudado", sustentou.
De destacar é, na opinião de Luís Araújo, o "aumento significativo em três mercados: Reino Unido [mais 17%], Espanha [mais 15%] e EUA [mais 18%]", sendo que o crescimento deste último "é o reflexo" do recente reforço das ligações aéreas àquele país, ligações essas que "são fundamentais para Portugal".
Quanto ao impacto dos incêndios na Madeira na atividade turística da região, Luís Araújo diz que, "curiosamente, não há registo de cancelamentos", tendo 95% das reservas efetuadas no Choupana Hills, que foi atingido pelas chamas, sido reencaminhas "logo no dia seguinte" para outros hotéis do Funchal.
Algo que, frisou, "dá a ideia de como o destino é forte, porque apesar de tudo as pessoas aceitaram ficar noutros hotéis, e de como os operadores, hoteleiros e agentes de viagens da Madeira são empenhados no destino".
"Obviamente que isto marca as pessoas que lá estão, mas é preciso virar a página e continuar porque a Madeira continua a ser o melhor destino insular do mundo", concluiu.
A agência Lusa contactou também, mas sem sucesso, a Associação Portuguesa de Agências de Viagem e Turismo (APAVT), a Associação Nacional do Turismo (ANT) e a Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT).

Lusa



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