O
Turismo de Portugal apontou hoje "indicadores muito positivos"
no comportamento do setor até junho, com "crescimentos de dois
dígitos", antecipando um reforço destes números na época
alta, nomeadamente nos proveitos e rendimento por quarto.
"Com base nos dados que
temos até maio estamos a falar de crescimentos de dois dígitos:
10,4% de aumento nos hóspedes, 11,3% nas dormidas e 14,5% do RevPAR
(valor da diária média), que é um dado importantíssimo para nós",
afirmou o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, em
declarações à agência Lusa.
No dia em que o Instituto
Nacional de Estatística (INE) divulga dados sobre a evolução da
atividade turística até junho, Luís Araújo diz acreditar que esta
subida "se vai manter e, talvez, até acentuar um bocadinho
mais" no período em curso, já que "na época alta, a
partir de maio/junho, se começam a aumentar tarifas, principalmente
nas áreas mais turísticas como o Algarve, Madeira, Lisboa e Porto".
"Estes são indicadores
muito positivos, não só porque estamos a atrair mais turistas, mas
principalmente melhores turistas, porque a evolução dos proveitos e
do RevPAR significa que estamos a conseguir ganhar mais para a
economia do país, como se pretende", afirmou.
Convicto de que se perspetiva
"um verão muito bom", o presidente do Turismo de Portugal
refere alguns dados já disponíveis relativamente a junho que
apontam um crescimento homólogo mensal de 3,8 pontos percentuais na
taxa de ocupação/cama, para 62,8%, e de 4,9 pontos percentuais na
taxa de ocupação quarto, para 77,3%.
"Há uma evolução muito
positiva em todos os aspetos, com um crescimento de indicadores em
todos os campos, mas também um crescimento da oferta de qualidade,
na prestação de serviço, no conhecimento do turista e dos mercados
e com uma diversificação de mercados que é importantíssima para o
nosso país", sustentou Luís Araújo.
Para o responsável, este
comportamento "tem muito a ver com o posicionamento de Portugal
e da promoção do país e com a evolução que os operadores e
hoteleiros portugueses tiveram nos últimos anos, que é um 'case
study' a nível mundial". "O que é preciso agora é saber
manter a sustentabilidade do destino", acrescentou.
Relativamente à atividade
registada nos últimas semanas, o Turismo de Portugal diz ter vindo a
receber dos operadores e hoteleiros indicações de que "o verão
está a correr muito bem, com muita procura, nomeadamente pelas zonas
mais turísticas e por regiões que não são tão conhecidas, como o
Alentejo, o Centro e os Açores".
"E, mais importante do
que isso, é saber se a expectativa das pessoas é atendida nesta
época mais alta, de pico, e as respostas estão a ser positivas. Os
turistas gostam, não tem havido constrangimentos e o tempo tem
ajudado", sustentou.
De destacar é, na opinião de
Luís Araújo, o "aumento significativo em três mercados: Reino
Unido [mais 17%], Espanha [mais 15%] e EUA [mais 18%]", sendo
que o crescimento deste último "é o reflexo" do recente
reforço das ligações aéreas àquele país, ligações essas que
"são fundamentais para Portugal".
Quanto ao impacto dos
incêndios na Madeira na atividade turística da região, Luís
Araújo diz que, "curiosamente, não há registo de
cancelamentos", tendo 95% das reservas efetuadas no Choupana
Hills, que foi atingido pelas chamas, sido reencaminhas "logo no
dia seguinte" para outros hotéis do Funchal.
Algo que, frisou, "dá a
ideia de como o destino é forte, porque apesar de tudo as pessoas
aceitaram ficar noutros hotéis, e de como os operadores, hoteleiros
e agentes de viagens da Madeira são empenhados no destino".
"Obviamente que isto
marca as pessoas que lá estão, mas é preciso virar a página e
continuar porque a Madeira continua a ser o melhor destino insular do
mundo", concluiu.
A agência Lusa contactou
também, mas sem sucesso, a Associação Portuguesa de Agências de
Viagem e Turismo (APAVT), a Associação Nacional do Turismo (ANT) e
a Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo
(APHORT).
Lusa
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