O custo acumulado da nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN) para o Estado ultrapassou os 3200 milhões de euros até ao final de 2015, segundo dados do Tribunal de Contas.
No relatório sobre o acompanhamento da execução orçamental da Administração Central em 2015, o Tribunal de Contas aponta que apenas no ano passado o BPN agravou o seu peso nas contas públicas em 590,8 milhões de euros.
Assim, a fatura do BPN nas contas públicas totalizou, no ano passado, 3237,5 milhões de euros, que resulta do saldo negativo acumulado dos anos anteriores: 735,8 milhões de euros em 2011, 966,4 milhões em 2012, 468 milhões em 2013, 476,6 milhões em 2014 e 590,8 milhões no ano passado.
Ainda assim, o Tribunal de Contas admite que este é um valor provisório que poderá ser corrigido no Parecer sobre a Conta Geral do Estado de 2015, bem como o total acumulado.
A fatura do BPN para o Estado ainda pode subir, até porque o tribunal ainda não tem dados de 2015 da Parvalorem, da Parups e da Participadas - as sociedades-veículo criadas para gerir os ativos do banco considerados tóxicos -, que em 2014 apresentavam capitais próprios negativos que totalizavam 2.280,8 milhões de euros, "encargos a suportar eventualmente pelo Estado no futuro".
A nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN) em 2008 foi a primeira em Portugal depois de 1975 e a queda do banco deu origem a vários processos judiciais.
Quatro anos depois de ter sido posto sob a gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD), o BPN foi vendido ao Banco BIC Português, entidade de capitais luso-angolanos.
Além dos processos-crime e contraordenacionais, a derrocada do BPN foi também alvo de duas comissões parlamentares de inquérito.
Jornal de Notícias
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