Recado de Jerónimo de Sousa sobre apoio ao próximo Orçamento
O secretário-geral do PCP advertiu neste domingo o governo de que o Orçamento para 2017 deve manter a linha de devolução de rendimentos e direitos, para o executivo continuar a contar com o apoio do partido.
Se o executivo socialista optar por ceder aos “condicionamentos externos” e retomar as políticas de austeridade, deixa de contar com o PCP, disse Jerónimo de Sousa num almoço em Monte Gordo, no concelho de Vila Real de Santo António, acerca das cedências aos "condicionalismos externos" da parte do executivo socialista.
“Vamos ter pela frente grandes questões, designadamente a questão do Orçamento do Estado para 2017. Nós queremos dizer que tem que continuar esta linha de devolução, de reposição de direitos, de respeito pelos salários, de aumentos das pensões e reformas. Esta é a linha e não qualquer linha que passe pela cabeça do Governo de voltar à política de austeridade e à política que PSD e CDS defendem”, afirmou o dirigente comunista.
O secretário-geral do PCP defendeu que “esse caminho foi rejeitado em 4 de outubro pela maioria do povo português” e disse que “o povo português não tem saudades nenhumas do governo PSD-CDS”, que há um ano governava impondo como única receita a austeridade.
“Mas isto leva a um aumento da responsabilidade do atual governo PS, que é o de saber se soçobra perante as pressões de direita da União Europeia ou se connosco procura soluções duradouras de reposição de direitos, de salários, de respeito pela esperança, pelo sentimento que os portugueses têm de que é possível, no seu país, terem uma vida melhor, não terem de recorrer à emigração”, reiterou.
Jerónimo de Sousa qualificou como “inaceitáveis” as “ameaças de sanções” feitas pelas Comissão Europeias a Portugal ou as decisões que o Banco Central Europeu quer impor sobre a gestão do sistema financeiro e sobre a situação na Caixa Geral de Depósitos e frisou que “o primeiro e principal compromisso” do PCP “é com os trabalhadores e o povo português”.
O dirigente partidário lembrou o “trágico desfilar de dramas, com bens materiais destruídos e vidas humanas pedidas” em vários incêndios por todo o país, e solidarizou-se com “incansável trabalho dos bombeiros e outros intervenientes” para lhes fazer frente no território continental e na região autónoma da Madeira.
Jerónimo de Sousa apelou à adoção de medidas preventivas, defendeu a necessidade de “investir no ordenamento florestal, na limpeza das matas, no reforço de equipas permanentes de combate aos fogos, como sapadores florestais”, mas também dotar o país dos “meios de emergência e combate necessários” para fazer frente a tragédia dos fogos florestais.
Jornal i
Nenhum comentário:
Postar um comentário